Câmara do trigo debate comercialização da safra

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Novas estratégias de apoio à comercialização do trigo foram debatidas durante a reunião da Câmara Setorial do Trigo, ontem, na sede da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, em Porto Alegre. Entre as principais reivindicações do setor está a possibilidade de inclusão de 50 mil toneladas do cereal gaúcho no leilão de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), que será realizado pela Conab, em 21 de outubro.
A reunião é um desdobramento da apresentação de instrumentos de apoio à comercialização do trigo por parte dos governos federal e estadual durante a Fenatrigo, realizada no final de setembro em Cruz Alta. Por definição do Ministério da Agricultura, os primeiros leilões do mês foram destinados ao trigo paranaense. Já o Rio Grande do Sul participa apenas do leilão agendado para o dia 28, com 100 mil toneladas.
Conforme o secretário da Agricultura, Claudio Fioreze, a solicitação será pleiteada em regime de urgência junto ao ministério, uma vez que o Estado precisa acompanhar o Paraná nos leilões e acessar os mercados do Norte e Nordeste com a maior agilidade possível. Também deve ser sugerido que, em novembro, a ordem dos estados contemplados nos leilões seja invertida, favorecendo assim o Rio Grande do Sul e, posteriormente, o Paraná.
Já o secretário adjunto da Agricultura e coordenador da Câmara do Trigo, Aureo Mesquita, informou a possibilidade de destinar 200 mil toneladas de capacidade de armazenagem da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) para as operações de Aquisição do Governo Federal (AGF).
O presidente da Cesa, Marcio Pilger, ressaltou que a companhia pode disponibilizar 100 mil toneladas diretamente para os produtores e moinhos gaúchos. Uma lista com a quantidade disponível por unidade será encaminhada em breve ao setor. Na safra passada, a Cesa já foi alternativa para os produtores e armazenou 192 mil toneladas.
Entre os instrumentos de apoio à cadeia produtiva, além da possibilidade de comercialização através dos leilões federais, o Estado está proporcionando a estocagem de 300 mil toneladas de trigo pela Cesa. Através do Banrisul, serão disponibilizados R$ 250 milhões para a compra de trigo pela indústria, por meio do Financiamento de Garantia de Preços ao Produtor (FGPP).
Participaram da reunião o coordenador-geral das Câmaras Setoriais da Agricultura, Carlos Barbieri, o presidente do Sinditrigo/RS, José Antoniazzi, o diretor executivo da Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs), Claudio Azevedo, e representantes de produtores, cooperativas, cerealistas e moinhos.

Estado incentiva agroecologia em assentamentos

O secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Elton Scapini, assinou ontem novos contratos com empresas fornecedoras do programa Quintais Sustentáveis. Os contratos somam mais de R$ 3,5 milhões e vão beneficiar 1.569 famílias em assentamentos da reforma agrária do Rio Grande do Sul.
O programa Quintais Sustentáveis é fruto de um convênio da SDR com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Tem como objetivo a estruturação da produção agroecológica destas famílias com o fornecimento de kits produtivos, capacitação em Agroecologia e comercialização para o mercado institucional. “A proposta é garantir a segurança alimentar e geração de renda aos beneficiários”, lembra Scapini.
Conforme os contratos assinados, as empresas são as vencedoras nos processos licitatórios para o fornecimento de materiais de infraestrutura (carrinho de mão, telas, arames etc.), mudas, sementes, produtos para recuperação de solo, irrigação (gotejadores, mangueiras, bombas de água, caixas d’água etc.).
Bagé, Palmeira das Missões, Viamão, Canguçu, Santa Maria e Passo Fundo são as regiões a serem atendidas nesta etapa. A diretora adjunta do Departamento de Desenvolvimento Agrário da SDR, Adriane Siqueira, afirmou que o projeto Quintais Sustentáveis receberá R$ 15 milhões de recursos da União e cerca de R$ 800 mil do Estado.