Mercopar gera negócios em cenário de economia fraca

Por

Com projeção de R$ 150 milhões em negócios diretos nos pavilhões e ao longo dos próximos meses, a 23ª edição da Mercopar - Feira de Subcontratação e Inovação Industrial – começou ontem, em Caxias do Sul, com exposição de produtos inovadores e com foco na sustentabilidade ambiental visando à conquista de novos mercados e redução dos efeitos da crise que atinge a economia nacional. A feira tem perto de 500 expositores, número inferior ao da edição passada, de vários estados brasileiros e de seis países, dentre eles Turquia e Coreia do Sul, presentes pela primeira vez.
A diminuição das marcas não tem relação com dificuldades de comercialização dos espaços, que somam 16 mil m2, a capacidade máxima ofertada pelo Parque de Eventos da Festa da Uva. A estratégia da organização vista a beneficiar expositores que apresentam volume grande de negócios, mas que estavam tendo dificuldades em razão do espaço reduzido de seus estandes. “Criamos condições para que as empresas sejam mais produtivas para gerar mais negócios”, argumentou Vitor Koch, presidente do Sebrae/RS, promotor da Mercopar em parceria com a Hannover Fairs Sul America.
Ampliar a área de exposição, por sinal, é reivindicação recorrente da organização. Koch destaca que é crescente a lista de espera de empresas interessadas em participar. “Vamos continuar batendo nesta tecla. Precisamos de mais espaço. Se a lista continuar crescendo, teremos de pensar em alternativas”, resumiu. A grande procura, de acordo com o presidente do Sebrae/RS, deve-se aos resultados positivos da Mercopar, considerada a maior feira do gênero na América Latina. “É um ambiente de geração de negócios, ela atende aos interesses dos empresários”, acrescentou.
Koch reconhece que este período eleitoral tem gerado muitas incertezas e elevado a cautela dos empresários. Mas acredita que não será obstáculo para a realização de negócios. Segundo ele, a necessidade de investir é permanente para fazer frente aos desafios do mercado e, principalmente, para buscar alternativas fora do Brasil. “Temos passado por dificuldades, como juros altos, preços das commodities em baixa e câmbio defasado, que deveria estar na casa de R$ 2,80. Mas é preciso procurar soluções em meio à crise, como a venda para o poder público e mercados de potencial, como os de petróleo, gás e naval, hoje abastecidos principalmente por fornecedores estrangeiros. Existem oportunidades”, avaliou.
A Mercopar segue até a próxima sexta-feira, reunindo empresas nas áreas de automação industrial, borracha, eletroeletrônico, energia e meio ambiente, metalmecânico, movimentação e armazenagem de materiais, plástico e serviços industriais. Estão em Caxias do Sul empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, bem como da Alemanha, Argentina, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Portugal e Turquia.

Evento apresenta recorde de empresas compradoras

As rodadas de negócios da 23ª edição da Mercopar já começaram marcadas pelo otimismo tanto de organizadores quanto de vendedores. Neste ano, o projeto está reunindo o maior número de compradores de toda a história da feira.
No total, estão presentes 58 empresas dos mais variados segmentos, que buscam novos fornecedores de produtos e serviços. Para dar conta dessa demanda, outras 268 companhias se cadastraram para participar das rodadas.
Os encontros de negócios continuam nesta quarta-feira, promovendo a aproximação de pequenos e médios fornecedores de grandes compradores. “O nosso objetivo é superar os bons resultados que tivemos nos últimos anos. A receptividade dos compradores, com número recorde de interessados, é que nos dá este otimismo”, afirma o coordenador das rodadas de negócios do Sebrae, Jakson da Luz.