Uso da TI na saúde ainda precisa avançar no País

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A gestão corporativa nos hospitais brasileiros, de uma maneira geral, ainda é amadora e isso se reflete diretamente na baixa aplicação do uso da Tecnologia da Informação (TI) de forma estratégica. Essa foi uma das conclusões do 1º Fórum de TI em Saúde em Porto Alegre, que aconteceu nesta semana na capital gaúcha. “As instituições de saúde ainda estão com a sua gestão em processo de profissionalização e a TI acaba sendo vista como uma área de suporte e não como atividade essencial para o desenvolvimento da medicina”, comenta o superintendente de operações e finanças do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini. Um dos motivos para isso acontecer, acredita, é o fato de ainda ser proibida a entrada de capital estrangeiro no segmento hospitalar nacional, o que poderia acelerar esse processo.
Para especialistas que participaram do encontro, a TI tem o poder de salvar vidas. E isso acontece a partir da adoção de soluções capazes de gerar alertas para minimizar riscos de erro médico ou para estabelecer a checagem à beira do leito, fatores que validam imediatamente os medicamentos que estão sendo ministrados ao paciente. “A tecnologia minimiza fraudes e erros”, aponta.
Para o cônsul comercial dos Estados Unidos, Everett Wakai, a TI, as mídias sociais e o engajamento do paciente oferecem novas oportunidades para reformular a discussão sobre a continuidade dos procedimentos nos cuidados de saúde. “O Brasil está bem posicionado para aproveitar essas soluções de tecnologia, com sua vasta experiência na implantação de grandes sistemas de TI em toda a indústria e governo, bem como a sua utilização ávida de mídias sociais”, acredita.
O fórum foi promovido pelo Porto Alegre Health Care (PAHC), que reúne os hospitais Mãe de Deus, Moinhos de Vento, São Lucas da Pucrs e Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, além da Federasul e da Secretaria Municipal de Turismo de Porto Alegre, na promoção da cidade como destino de excelência médica.
A parceria com o consulado-geral dos Estados Unidos permitiu a presença de cerca de dez empresas norte-americanas de TI voltadas à área da saúde, que apresentaram soluções para mais de 30 instituições e representantes governamentais e de companhias interessadas em trabalhar com o mercado brasileiro, além de CEOs e CIOs de hospitais, profissionais de saúde e outros membros da indústria.
Ontem, as empresas norte-americanas de TI aproveitaram a presença na cidade para realizar visitas técnicas aos hospitais que compõem o PAHC e ao Tecnopuc, para conhecimento do desenvolvimento tecnológico e a expertise médica dos hospitais.