Marcopolo entra na nova carteira do Ibovespa

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As ações da Marcopolo (POMO4) passam a integrar, a partir de hoje, a nova carteira teórica do Ibovespa, válida até janeiro de 2015. Na sexta-feira, data de divulgação da nova composição, que excluiu a mineradora MMX, de Eike Batista e a incorporadora imobiliária Brookfield, os ativos da fabricante gaúcha de ônibus e carrocerias registraram alta de 1,39% e encerraram o pregão cotados a 4,35%.

Depois de encerrar 2013 com perdas de 15,5%, o principal índice acionário do País foi reformulado para afastar as chamadas “más influências” da composição. O foco atual está voltado para o peso das companhias — em um cálculo que prioriza o valor de mercado das empresas sobre o preço da ação multiplicado pelo número de papéis das companhias. Esta é a segunda carteira a considerar as novas regras. É também a primeira vez que a Marcopolo passa a integrar o Ibovespa, se tornando a terceira empresa gaúcha a compor a lista, ao lado de Gerdau e Lojas Renner.  

Ao todo, a nova lista conta com 69 ativos de 65 empresas. O Itaú Unibanco continua com o maior peso (9,93%), seguido por Petrobras (8,64%) e Bradesco (7,58%). Os resultados desta inclusão, no entanto, já podem ser constatados desde o dia 1 de agosto, quando a BM&FBovespa divulgou a primeira das três prévias da carteira válida para o próximo quadrimestre. No período inferior a um mês, a POMO4 (Marcopolo PN) registrou valorização de 8,74%, passando de R$ 4,00 a R$ 4,35, no pregão de sexta-feira.  

A alta é responsável por diluir uma parcela significativa das perdas do papel que iniciou o ano cotado a R$ 4,98 e chegou acumular baixas de 25,30% no fim de maio, puxada pelo desempenho negativo do setor industrial.

Na ocasião, a ação atingiu o preço mínimo de negociação (R$ 3,72) ao longo de 2014. Agora, a POMO4 reduziu as perdas dos últimos nove meses, mas  ainda sofre influencia da queda generalizada nos ativos ligados ao segmento automotivo. 

O CFO e diretor de relações com investidores da empresa, José Valiati, comemora a inclusão da empresa no novo Ibovespa. Isso porque a admissão significa a criação de um mercado cativo para as ações junto aos fundos de investimento que utilizam o índice como benchmark. Como os gestores precisam reproduzir os resultados do Ibovespa em seus fundos, a tendência é de novas valorizações.

Para chegar a uma noção exata do aumento da procura, o volume de R$ 19,2 milhões negociado na sexta-feira passada representa o equivalente a média acumulada em quatro dias de pregão.  Na divulgação da primeira prévia, em 1 de agosto, os 6,2 milhões de títulos movimentados, já superavam em cerca de 138% os o volume de R$ 2,6 milhões registrado no dia anterior, 31 de julho. “Integrar o índice é sempre algo positivo. Muitos fundos de investimento têm como meta seguir o índice. Isso significa um aumento no volume de negociações das ações da empresa. Já integramos o IBR-X e algumas políticas de investimento atrelam o Benchmark ao Ibovespa. Estar neste índice significa que muitos investidores terão de adequar suas carteiras e, por isso, incluirão as ações da Marcopolo em seus portfólios”, comenta.