Campanha majoritária já movimenta R$ 1 milhão no Rio Grande do Sul

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As campanhas majoritárias do Rio Grande do Sul já exigiram investimentos próximos a R$ 1 milhão. Candidatos ao governo do Estado e ao Senado já arrecadaram R$ 1.002.350,00, sendo que os que mais conseguiram recursos foram Tarso Genro (PT), com R$ 516 mil, e Ana Amélia Lemos (PP), que já recebeu R$ 108 mil em doações. Para o Senado, Lasier Martins (PP) é que quem mais arrecadou, tendo recebido, até o momento, R$ 39,2 mil. Na sequência, vem Simone Leite (PP), com R$ 30 mil.
A necessidade de gastos, de uma forma geral, não é, até o momento, tão grande quanto a capacidade de captar recursos. Os candidatos da majoritária desembolsaram R$ 785.119,61, conforme a primeira parcial de prestações de contas divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de se tratar do início da campanha e o volume movimentado parecer alto, os custos não são considerados fora da média pelo cientista político e professor da ESPM, Unisinos e Unifin, Bruno Lima da Rocha. “A democracia tem uma característica interessante. Quanto menor a representação pública, mais cara fica a manutenção do sistema, e hoje temos pouca representação”, explica Rocha.
Apesar da boa arrecadação as contas podem não fechar ao final do pleito, já que alguns candidatos, nesta primeira prestação apresentada ao TSE, mostraram um princípio de desequilíbrio entre arrecadação e despesas. Concorrendo pela primeira vez a um cargo público, Lasier Martins (PDT) arrecadou até o momento R$ 39,2 mil, sendo que deste valor R$ 18,8 mil vieram dos recursos do próprio candidato. As despesas, porém, superam a receita em mais de R$ 40 mil. Até o momento Lasier gastou R$ 80,5 mil.
Entre os candidatos ao governo do Estado, dois apresentaram gastos maiores que o arrecadado. Ana Amélia Lemos (PP) arrecadou R$ 108 mil e seus gastos já são de R$ 136,4 mil. Vieira da Cunha (PDT) já pagou R$ 211,6 mil, o que representa R$ 41,6 mil a mais do que os R$ 170 mil arrecadados. Até o momento, Vieira recebeu dinheiro apenas do fundo partidário, enquanto Ana Amélia teve todos os seus recursos provenientes da empresa Safra Vida e Previdência.
A concentração escolhida por um doador em apenas uma campanha não deve ser uma prática recorrente no pleito deste ano, segundo a avaliação do cientista político. “A última eleição em que se apostou em um candidato só foi (Fernando) Collor (de Mello, eleito presidente em 1989). Os grandes doadores vão pulverizar as doações neste ano”. Na avaliação do professor, as chances reais de vitória podem ser determinantes para que os candidatos consigam angariar mais recursos para suas campanhas na reta final da eleição. “Três fatores são determinantes para que o doador decida para qual candidato doar: as relações prévias entre candidato e doador, a lealdade de um para com o outro e as possibilidades reais de vitória do candidato.”
Na primeira das três etapas de prestação de contas, quatro candidatos não tiveram receitas nem despesas: João Carlos Rodrigues (PMN) e Humberto Carvalho (PCB), que disputam o Piratini, e Julio Flores (PSTU) e Ciro Machado (PMN), candidatos ao Senado.

Empreiteiras contratada pelo Estado financiam Tarso

Algumas empreiteiras contratadas pelo Estado estão entre as principais fontes de arrecadação da campanha do candidato ao Palácio Piratini Tarso Genro (PT), que foi quem mais obteve recursos para a disputa ao governo. Sete empresas que trabalham com conservação e construção de rodovias já doaram, juntas, R$ 125 mil à candidatura à reeleição do atual governador.
Seis delas, somadas, receberam neste ano mais de R$ 10 milhões do governo gaúcho por obras em estradas estaduais, de acordo com o Portal da Transparência. A Conpasul Construção, por exemplo, já recebeu do governo gaúcho R$ 3,8 milhões por obras em rodovias estaduais neste ano. No primeiro mês de campanha eleitoral, a empreiteira doou R$ 10 mil à campanha de Tarso.
Entre as doadoras também há companhias contratadas pela Empresa Gaúcha de Rodovias, estatal criada por Tarso para administrar estradas com pedágios que, anteriormente, eram concedidas à iniciativa privada. No total, a campanha do petista obteve até o momento R$ 516 mil.