Alta real média dos pisos no Estado foi de 3,56%

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O ano de 2013 foi de ganhos salariais de 3,56% em média para os trabalhadores do Rio Grande do Sul, e a maior parte (94,6%) dos reajustes dos pisos ficou acima da inflação (INPC). No Brasil, o aumento real médio dos pisos foi inferior, ficando em 2,8%, próximo ao aplicado (2,6%) ao salário-mínimo do ano passado. De acordo com a economista do Dieese-RS Daniela Sandi, o bom desempenho das negociações no Estado teve forte relação com a política de reajuste do piso regional – que variou de 770,00 a R$ 837,40 – que serve como referência para o diálogo entre entidades patronais e sindicais. Prova disso é que o valor médio dos pisos nas 74 unidades de negociações dos setores da indústria, comércio, serviços e rural gaúchos foi de R$ 843,75 – superando em 10% o valor de 2012.
Conforme balanço do Dieese-RS, os valores acordados no ano passado variaram entre R$ 678,00 (equivalente ao salário-mínimo vigente no ano passado) e R$ 1.554,52. No Brasil, onde 95,3% das 685 unidades de negociações tiveram reajustes acima da inflação, os valores dos pisos variaram entre R$ 678,00 e R$ 3.600,00.  Em 2013, a média no País foi 9% maior que a de 2012, ficando em R$ 879,04. No Estado, onde a maior parte das categorias tem piso diferenciado, houve crescimento (de 20,3% em 2012 para 23% em 2013) dos critérios de pisos únicos. “Muitas categorias optam pelo piso único, porque se torna mais fácil de negociar”, explica Daniela. Em relação aos reajustes, apenas 2,7% dos pisos no Estado ficaram abaixo da inflação, ressalta a economista. As faixas de ganho real variaram de 2% (serviços) a 4% (rural) acima do INPC. Indústria e comércio obtiveram média superior a 3%, sendo que o maior aumento real ocorreu na indústria (11,98%).
“Apesar de ficar em faixas menores, de 1% a 3%, o setor de serviços – que agrega categorias como a de publicitários, jornalistas, bancários e corretores de serviços, por exemplo – foi o que registrou os maiores valores de pisos salariais, variando de R$ 1,5 mil a 1,6 mil”, destaca Daniela. No que se refere à distribuição por faixas de valor no Estado, 50% dos trabalhadores que ganham piso receberam salários entre R$ 750,00 e R$ 850,00. Também no País, a desagregação por setor econômico registrou ganhos reais em todos os setores, nas faixas de 2% a 3% acima do INPC. Cerca de 6% das unidades de negociação analisadas no Brasil em 2013 apresentaram pisos salariais em valor igual ao salário-mínimo vigente na época. Quase um terço registrou pisos de até R$ 750,00, e aproximadamente a metade obteve pisos de até R$ 800,00.
“Já os pisos superiores a R$ 1 mil foram observados em 16% das negociações analisadas, e os superiores a R$ 2 mil foram registrados apenas em 1,5%”, destaca a economista do Dieese-RS. Segundo ela, a expectativa é de que em 2014 o comportamento das negociações seja semelhante ao do ano anterior, com reajustes dos pisos superiores à inflação. “Isso está vinculado à própria conjuntura econômica, que tem registrado baixas taxas de desemprego, crescimento dos rendimentos e o reajuste do piso regional e salário-mínimo acima do INPC-IBGE.”