Confiança das famílias gaúchas cai 14,5%

Por

O índice de intenção de consumo das famílias gaúchas teve uma queda de 14,5% no mês de julho em relação ao mesmo período do ano passado. É o que anunciou a Fecomércio-RS, responsável pelo estudo, nesta quinta-feira. A medição ficou em 113,2 pontos, o que ainda representa certo otimismo, mas que vem diminuindo em relação aos meses anteriores.
Todos os indicadores da pesquisa tiveram redução neste mês. O que mede a segurança com relação à situação do emprego teve recuo de 9,9% em relação ao mesmo período de 2013. Já o índice sobre a situação de renda sofreu queda de 13,5% na mesma base de comparação. O economista da Fecomércio-RS Lucas Schifino salienta que o levantamento confirma uma tendência dos demais indicadores, não só da entidade, mas de outros institutos, de pessimismo em relação ao futuro da economia.
Para Schifino, entre os motivos que causaram a redução da confiança estão a alta dos juros e a inflação em índices mais elevados e sem perspectiva de baixa. “A inflação vai debelando esta confiança, pois não há previsão de queda. Além disso, tivemos um aumento de juros e o crédito ficou mais caro”, afirma.
O economista lembra que, mesmo assim, o índice ainda é superior a 100 pontos, o que revela confiança, mantido especialmente pelo aquecimento do mercado de trabalho, que tem garantido os números ainda acima da posição de pessimismo. “As famílias ainda estão otimistas, mas em uma escala menor. O crescimento baixo da economia se reflete na segurança das pessoas, mesmo para quem está empregado”, analisa.
Conforme o economista da Fecomércio-RS, a previsão é de que a confiança das famílias gaúchas se mantenha em queda neste segundo semestre. “Não há uma perspectiva para este segundo semestre de que a inflação irá ceder e de que a economia brasileira retorne a ter um crescimento robusto”, ressalta.
Também apresentaram queda os indicadores relacionados ao consumo. A redução do nível de consumo atual foi de 22% se comparado a julho do ano passado, com um índice pessimista de 96,1 pontos. Já o indicador de facilidade de acesso ao crédito diminuiu 12,8%, e o de momento para consumo de bens duráveis reduziu 6,4%, fechando em 119,5 pontos e 115 pontos, respectivamente. Os dois índices ainda se mantêm na faixa de otimismo apesar da baixa.