Entidades empresariais fazem balanço positivo

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Após cinco jogos de Copa do Mundo em Porto Alegre, entidades empresariais de diferentes setores fazem um balanço positivo do evento. Donos de bares e restaurantes comemoram o fluxo de turistas durante o período na Capital. Já na rede hoteleira, as expectativas transcorreram conforme o esperado. Mesmo que a capital gaúcha não receba mais partidas até o final da competição, a projeção é de que haverá movimentação na cidade, principalmente nos dias de jogos da seleção brasileira.
“Os jogos em Porto Alegre movimentaram muito o setor de alimentação, principalmente as empresas localizadas nas regiões com apelo turístico, como o Centro, a Cidade Baixa e Moinhos de Vento. Alguns estabelecimentos aumentaram em 150% o faturamento”, destaca a diretora-executiva da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Estado (Abrasel-RS), Thais Kapp. Segundo a dirigente, a demanda de consumo foi puxada, principalmente, por holandeses, franceses, australianos e alemães. Nesse sentido, o tíquete médio dos estabelecimentos aumentou 32%, enquanto o movimento de clientes cresceu 39%. “O público argentino movimentou bastante a cidade, mas não impactou tanto no tíquete médio”, destaca.
No comércio, o impacto foi diferenciado. Os estabelecimentos situados nas regiões com apelo turístico registraram boas vendas. No entanto, em função dos expedientes reduzidos em dias de jogos e alterações na mobilidade, muitos comerciantes tiveram prejuízo. “Os segmentos que foram bem, como bares e restaurantes, vão se renovar e investir em melhorias a partir desse resultado”, projeta o presidente da FCDL-RS, Vitor Koch.
O economista da Fecomércio-RS Lucas Schifino destaca que o impacto dos turistas na economia do Estado nesses dias ocorreu conforme o esperado. “Tínhamos uma expectativa de que seriam movimentados R$ 370 milhões com receitas decorrentes da Copa. É difícil mensurar o quanto esse público realmente gastou, mas todos os sinais nos levam a crer que chegamos perto dessa estimativa”, destaca.
O vice-presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), Ricardo Ritter, destaca que os hotéis da Capital já tinham um panorama traçado para a Copa desde abril, quando a Match, agência de viagens ligada à Fifa, cancelou grande parte das reservas que tinha feito previamente. “A ocupação média dos hotéis deve ficar em 70%. Somente nos dias de jogos que havia uma movimentação maior, mas não chegou a ter lotação máxima em nenhum jogo”, define.
Ritter contesta os dados divulgados pelo governo do Estado ontem. Para ele, a projeção de que os turistas movimentaram R$ 1 bilhão, com média de R$ 3 mil por pessoa, é “superestimada”. Mesmo assim, o dirigente ressalta que a Copa do Mundo trouxe a Porto Alegre um tipo de hóspede até então pouco comum. “Mais de 90% das reservas foram para estrangeiros, algo que não acontece em outros eventos. A ocupação média, que era de 1,5 pessoa por apartamento, passou para 2 pessoas”, enfatiza.