Desemprego na Capital desacelera em 13 anos

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O desemprego apresentou queda acentuada em Porto Alegre nos últimos 13 anos. A taxa caiu quase dez pontos percentuais, de 15,4% para 5,6%. O desempenho é parecido na Região Metropolitana, onde passou de 16,6% para 6,4%, entre 2000 e 2013. Além disso, as pessoas ficam, em média, menos tempo em busca de trabalho: de 45 semanas para 23 semanas, levando em conta o mesmo período analisado. A pesquisa “Desemprego de longo prazo e condições de trabalho em Porto Alegre” aponta o índice de desemprego total da Capital como o menor entre as regiões metropolitanas avaliadas.
O estudo, apresentado ontem pelo Observatório do Trabalho do Dieese, deve servir como base para o desenvolvimento de políticas públicas para a área. “Esses números serão o ponto de partida para as ações que tomaremos a partir de agora. Dessa forma, pretendemos criar oportunidades para a população que está à margem do mercado, principalmente jovens e mulheres. Faremos isso criando ainda mais cursos de qualificação em diversas áreas”, garantiu a secretária municipal do Trabalho e Emprego, Luiza Neves.
Dois fatores indicam melhorias na distribuição de renda e redução das desigualdades de raça e gênero na Capital. O desemprego entre negros baixou de 24,5% para 7,4%; entre não negros, os números saíram de 14% para 5,2%. No sexo feminino, a taxa saiu de 17,4% para 6,5%. Enquanto isso, entre os homens, ela marcava 13,6% e, agora, é de 4,7%. “Mesmo com a diminuição das diferenças, homens e brancos ainda possuem taxas de desempregos mais baixas em comparação a mulheres e negros”, constatou o pesquisador do Observatório do Trabalho, Cyrus Afshar.   
Afshar destacou que os jovens são os que mais encontram dificuldades no momento de buscar um trabalho, embora o desemprego tenha caído também na faixa etária entre 18 e 24 anos durante o período analisado: de 27,2% para 12,9%. De 25 a 39 anos, os índices passaram de 12,2% para 5,5%. Para os maiores de 40 anos, o desemprego registrado em 2013 foi de 2,7%, ante os 8,7% de 2000. “Nesse caso, ainda que também tenhamos melhoras, é possível notar que o desemprego total baixou mais aceleradamente do que para a juventude, o que indica a necessidade de políticas públicas que atendam a essa faixa etária”, afirmou.
Outro ponto apresentado na pesquisa foi o avanço do rendimento real no período. Em 2000, a renda média era de R$ 209,00; em 2013, de R$ 2.178,00, crescimento de R$ 85,00. De acordo com os pesquisadores, o importante é que houve um avanço de 22% desde 2003, quando a renda atingiu seu nível mais baixo: R$ 1774,00. O valor só retomou o patamar do primeiro ano da pesquisa em 2010. Por sua vez, segundo Afshar, o crescimento superior dos menores rendimentos em comparação com os maiores rendimentos indica melhoria na distribuição de renda da cidade.