Espaço comercial da Arena do Grêmio começa a deslanchar

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No seu segundo ano de operação, a Arena do Grêmio começa a destravar as negociações envolvendo a locação de sua parte comercial. As primeiras duas empresas a se instalarem nas dependências do estádio gremista já estão definidas. Um restaurante de culinária asiática e uma casa de festas devem começar suas atividades no segundo semestre deste ano, criando a perspectiva de maior movimento na região não só em dias de jogos. Os contratos de ambas companhias estão recebendo os últimos ajustes jurídicos e serão assinados nas próximas semanas.

Ainda que os acordos estejam na iminência de serem fechados, os investidores só poderão montar suas estruturas após julho. Isso porque o estádio será um dos campos de treinamento da Copa do Mundo em Porto Alegre, ficando à disposição da Fifa durante a competição. “Isso tudo dificulta o timing de fechamento dos negócios. É uma operação complexa”, resume Rogério Dirani, executivo da DLegend, imobiliária responsável por conduzir o processo de locação. 

Ao todo, o estádio possui 20 mil metros quadrados de área bruta disponível, entre a esplanada (2 mil metros quadrados) e o terceiro e quarto anéis (18 mil metros quadrados). Com foco em eventos corporativos, casamentos, formaturas e outros tipos de celebrações, a casa de festas ocupará 1,7 mil metros quadrados. Enquanto isso, o restaurante, que vai funcionar sob o conceito de lounge, terá cerca de 500 metros quadrados. “Há uma flexibilidade nos espaços da Arena, não há tamanhos pré-estabelecidos. Posso agregar operações de lazer para um lado e os escritórios de outro”, exemplifica Dirani. Três nichos de negócios estão no radar: escritórios, serviços e espaços destinados ao lazer, alimentação e entretenimento.

A Arena Porto-Alegrense, empresa formada pela construtora OAS e o Grêmio para administrar o estádio, projeta que, até o final de 2014, haverá três empresas instaladas no local. A terceira operação deve ser uma rede de fast food com drive thru. Até o momento, já foram realizadas conversas com McDonald’s, Subway e Habbib’s. A intenção também é alocar uma agência bancária. Em 2015, a expectativa é abrigar seis novas companhias. “A utilização plena deve ocorrer em até três anos. Com a entrega dos primeiros prédios residenciais (que estão sendo construídos ao lado do estádio pela OAS), essa operação vai ir se consolidando”, enfatiza o superintendente comercial da sociedade, Fabiano Grottoli. As primeiras unidades habitacionais têm entrega prevista para o próximo ano.

O objetivo é de fixar aproximadamente 20 estabelecimentos no total. O faturamento com aluguéis, quando a parte comercial estiver consolidada, deve girar em torno de R$ 12 milhões ao ano, conforme Grottoli. No entanto, as receitas indiretas geradas pelos empreendimentos devem ser ainda maiores. “Se botarmos uma churrascaria, vai atrair mais público durante a semana e nos dias de jogos. E esse público vai consumir outros serviços dentro da Arena. Então, um negócio alimenta o outro”, acredita. 

Estratégia surgiu em dezembro 

Antes da inauguração do estádio, a ideia da Arena Porto-Alegrense era iniciar a operação comercial no segundo semestre de 2013. No entanto, como a certidão de habite-se acabou sendo liberada somente em setembro do ano passado, a partir de dezembro, é que começou a ser montada a estratégia de comercialização dos espaços disponíveis. “Antes disso, tivemos conversas com empresários interessados em investir aqui, mas não havia sequer autorização legal para levar qualquer negócio adiante”, ressalta o superintendente comercial Fabiano Grottoli. Em março, as dependências passaram a ser ofertadas no mercado.

Como o acesso ao estádio ainda é difícil e a infraestrutura da região é precária, a Arena tem oferecido algumas vantagens para atrair investidores. “É um negócio novo em uma região ainda em desenvolvimento. E os espaços comerciais estão no ‘osso’ ainda, não tem piso, forro ou ar-condicionado. Isso demanda um investimento alto. Nos primeiros contratos, estamos praticando condições mais atrativas, entre elas um prazo de carência maior”, justifica. Dependendo do tipo de negócio, caso de bares, restaurantes e lojas de artigos esportivos, o valor pago de aluguel irá variar conforme a frequência de público.