Facebook pode impactar no desempenho corporativo

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O Facebook, rede social criada há dez anos por Mark Zuckerberg, já possui 1,2 bilhão de usuários ativos mensais. Passada uma década, deixou de ser uma plataforma somente de relacionamento, diversão e entretenimento: tornou-se também geradora de negócios. O constante tráfego de pessoas tem feito com que cada vez mais empresas busquem centralizar suas estratégias de comunicação nesse canal. 

Foi o caso da fanpage da Zaxy, marca de sandálias da Grendene, que, por meio da Zoo, unidade digital do Grupo Dez Comunicação, decidiu entrelaçar o relacionamento com o público-alvo dos produtos – meninas da classe C, de 18 a 24 anos. Com uma meta de 15% de engajamento das fãs estipuladas, a página conquistou o crescimento de 110%, muito além do planejado. 

Segundo a Zoo, “uma pesquisa netnográfica apurou o comportamento e o perfil do público, possibilitando a produção de conteúdos totalmente direcionados”, o que explica o sucesso na pagina da Zaxy. O modelo mais esperado pelas meninas teve cerca de 4 mil likes (curtir, em inglês) no lançamento, chegando a picos de 7 mil e impactando, em média, 150 mil consumidoras por postagem. Entre as publicações, estão imagens com layout colorido e uma frase que remete à amizade, como por exemplo “Lucas? Talvez. Amigas? Sempre”.

Esse diálogo criado é fundamental para o bom resultado. Porém, é necessário atenção. O CEO da Dynamo Publicidade 

Online, Pedro Superti, alerta que uma fanpage precisa se relacionar de maneira ‘democrática’ com as pessoas. “A página é como uma sala de estar, aonde se reúne com os amigos para falar coisas divertidas e de interesse comum. Agora imagina você convidar amigos para sua casa e não deixá-los falar? Ou você só falar de si mesmo?”, questiona.

Mesmo que a rede social tenha, no caso do Brasil, 83 milhões de usuários ativos por mês (um grande público), cada caso é um caso, e apostar todas as fichas – ou muitas delas – no Facebook, pode ser um grande risco para a estratégia de comunicação. “Se o Zuckerberg decidir mudar alguma regra, não há muito o que se possa fazer”, explica Superti. Isso ocorreu há pouco, quando a rede social decidiu diminuir o alcance orgânico das publicações de empresas, que antes tinham cerca de 12% e agora está reduzido a 1% dos fãs. A alternativa é pagar por anúncios para a postagem ser mostrada para mais pessoas.

Segundo José Matias, diretor da Redsuns, agência de desempenho on-line, o Facebook merece investimento, pois ainda deve manter por algum tempo sua relevância entre o público. “O Facebook pode acabar um dia, mas a sua marca deve perdurar”, diz. É o que corrobora Superti, sugerindo a manutenção de um site. “Ter o seu website, como plataforma oficial de sua marca, ainda é muito válido. Não importa quantas plataformas ou redes sociais surgirem ou sumirem, você tem o seu lugar ao sol garantido.” 

Auracebio Pereira/ARTE/JC

Audiência no mundo

  • 201.6 bilhões de conexões desde fevereiro de 2004
  • 1.23 bilhão de usuários ativos por mês em dezembro de 2013
  • 945 milhões de usuários ativos mensais em produtos móveis do Facebook em dezembro de 2013
  • Em média, mais de 6 bilhões de “curtidas” por dia em dezembro de 2013
  • 400 bilhões de fotos compartilhadas no Facebook desde outubro de 2005
  • 7.8 trilhões de mensagens enviadas por meio do Facebook desde o início de 2012
  • Total de 77.2 bilhões de posts com localização marcada até janeiro de 2014
  • Aproximadamente 81% dos usuários ativos diários da plataforma estão fora dos Estados Unidos ou Canadá em dezembro de 2013
  • Mais de 25 milhões de páginas de pequenas empresas em novembro de 2013
  • 6.337 funcionários ao redor do mundo em dezembro de 2013