PIB gaúcho cresce 6,6% de janeiro a setembro

Por

O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul avançou 3,6% no terceiro trimestre de 2013, na comparação com o mesmo período do ano anterior, superando os 2,2% do País na mesma base comparada. Relativamente ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal, o desempenho foi 1,6% menor. O resultado divulgado ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE) foi puxado principalmente pelo desempenho da indústria (4,9%) e dos serviços (4%). De janeiro a setembro, o desempenho da economia do Rio Grande do Sul registra elevação de 6,6%, contra 2,4% do País.

Após os efeitos positivos da safra de verão, a agropecuária caiu 8%, mas, no acumulado do ano, a atividade saltou 48%. Na avaliação do economista da FEE Martinho Roberto Lazzari, o crescimento pode ser analisado sem levar em consideração a base deprimida provocada pela estiagem de 2012. “Pela primeira vez, podemos projetar os dados sem levar em conta os efeitos da estiagem, pois os setores que puxam a recuperação o fazem de forma independente e geram uma taxa bastante robusta, mesmo na comparação com o PIB brasileiro”, afirma. 

Exemplo disso pode ser encontrado no crescimento do comércio (4,1%), um dos fatores que sustentam o desempenho do ramo de serviços. O índice superior à média nacional é justificado pela oferta de crédito pessoa física, que foi ampliada em 18% no Estado (2,5% acima do restante do País).  A inadimplência dos gaúchos também recuou ao nível de 3,1% das contratações, enquanto no Brasil o patamar se mantém acima de 4%. 

O resultado do comércio foi medido pelas vendas de material de construção, informática, vestuário e calçados. Outro destaque foi novamente a atividade de transportes, com aumento de 6,3%. 

Já a indústria foi impulsionada principalmente pelo bom resultado do segmento de transformação, que cresceu 5,5%. O destaque fica por conta das atividades de máquinas e equipamentos (21%), veículos automotores (27,5%), borracha e plástico (15,7%) e refino de petróleo (33,4%). 

Uma das explicações, de acordo com o presidente da FEE, Adalmir Marquetti, é a resposta aos estímulos do Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI). Por isso, até setembro, a produção de máquinas agrícolas saltou 19,8%, tratores 21,5% e colheitadeiras 32,9%. Os veículos automotores fabricados no Rio Grande do Sul cresceram 77,5% em razão da ampliação da fábrica da General Motors (GM), o que também fomentou a fabricação de autopeças. “Por outro lado, o polo naval de Rio Grande tem demandado um volume maior de equipamentos ligados a petróleo e gás e traz efeitos para o setor industrial”, comenta.  

O destaque negativo, no entanto, está na indústria alimentícia, com retração de 3,4% na comparação com o terceiro trimestre de 2012. Para Lazzari, a justificativa está no aumento das exportações de soja em grão e na diminuição dos embarques de óleo