Aldo Pinto disputará indicação do PDT com Vieira da Cunha

Por

Caso se defina pela candidatura própria ao governo do Estado no pleito de 2014, o PDT terá uma disputa interna de dar inveja às antigas “peleias” das prévias petistas. Na noite de hoje, o ex-deputado Aldo Pinto, 73 anos, um dos fundadores do PDT no Estado, apresenta seu nome ao presidente estadual da sigla, Romildo Bolzan Júnior. Na pré-convenção, em 7 de dezembro, os pedetistas terão de definir se vão disputar o Palácio Piratini com candidatura própria – essa foi a tendência indicada nos encontros regionais. Caso se confirme, a direção pedetista organizará dois debates entre os candidatos, possivelmente Aldo Pinto e o deputado federal Vieira da Cunha, primeiro a ter seu nome lançado ao governo.
Aldo Pinto já foi candidato ao Palácio Piratini em 1986, mas não logrou êxito na disputa que elegeu Pedro Simon (PMDB). Naquela eleição, no entanto, Aldo ficou na memória dos gaúchos com o jingle “Eu vou de Aldo, eu vou de Aldo, eu vou de Aldo para governador (...)”, do compositor e músico Hermes Aquino. Agora, o ex-deputado e membro do Conselho de Administração do Banrisul é lançado por trabalhistas históricos e pelo Movimento Autenticidade Trabalhista. “A candidatura nasceu de uma solicitação de companheiros, no sentido de que eu participasse da disputa pela representatividade do PDT. Todo o partido busca o poder, e essa é a iniciativa, pois existe a possibilidade. Quero o fortalecimento do PDT no Estado. O trabalhismo deixou um presente muito vivo com conquistas como o direito da mulher votar, o 13º salário e a criação da Petrobras. Qual o partido que tem essa história?”, indagou Aldo Pinto.
O trabalhista, que contou que a necessidade de criação do PDT ocorreu em uma reunião com Leonel Brizola em Portugal, quando o ex-governador ainda estava no exílio, é um dos críticos à atual direção nacional, comandada por Carlos Lupi - afastado do Ministério do Trabalho por suspeitas de irregularidades. Sobre o deputado Vieira da Cunha, que integra a direção nacional e é defensor de Lupi, Aldo Pinto foi taxativo: “Não quero falar sobre esse sujeito”.
De acordo com o pré-candidato, é preciso revitalizar o partido e retomar a identidade do trabalhismo, reaproximando-se dos trabalhadores, estudantes e sindicatos. Por mais de uma década, a partir de 1974, Aldo Pinto foi eleito duas vezes deputado estadual e outras duas como deputado federal. “Fui a Portugal quando Brizola estava no exílio para criar o partido. O PDT tem uma história, tem presente e grande futuro.”
Admirador da gestão José Fortunati (PDT) à frente da prefeitura de Porto Alegre, Aldo Pinto elogiou a atitude do correligionário, em 2012, com “uma campanha propositiva e sem problemas com adversários”. Disse que pretende se inspirar nesta postura para que o PDT possa retornar, depois de 24 anos, ao Piratini. Internamente, caso a pré-convenção defina candidatura própria e a disputa com Vieira da Cunha, o ex-deputado Aldo Pinto diz que não haverá brigas ou mal-entendidos. “Não vamos para uma campanha para agredir ninguém, mas para levantar o Rio Grande do Sul. Quanto mais solidários e sérios forem os candidatos ao governo, melhor será para o Rio Grande. Não estou aqui para agredir companheiros. Mas, se eu não for candidato, eu estarei no palanque de quem for escolhido. Eu não pedi para ser candidato, mas tem uns que são candidatos a tudo”, dispara.
O deputado federal Vieira da Cunha, pré-candidato do partido ao Piratini, disse que a entrada de Aldo Pinto na disputa interna faz parte da vida democrática do partido. “A entrada do Aldo só vai valorizar a convenção”, disse. Com relação a críticas de alguns trabalhistas gaúchos sobre sua relação com Carlos Lupi, Vieira foi enfático: “Sou membro da direção nacional, e fomos vitoriosos na convenção. Esses que fazem as críticas sequer conseguiram apresentar uma chapa. Não tiveram o apoio necessário. Eles têm direito à crítica, mas se mostraram minoritários, sem a representatividade para realizar a disputa”, rebate o vice-presidente nacional do PDT.