Fornecimento de energia pode ter problema no verão

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Levantamento feito pela Fiergs adverte para os possíveis problemas que as altas temperaturas do verão poderão causar quanto ao fornecimento de energia no Rio Grande do Sul. O vice-coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Paulo Milano, adianta que a pesquisa mostra que o sistema elétrico gaúcho deverá enfrentar uma situação “crítica” neste período.
O trabalho aponta que o Estado, em função do crescimento econômico dos últimos anos e do baixo incremento de novas fontes de geração de energia, vem aumentando sua dependência de recebimento de energia de outras regiões. O estudo acrescenta que, devido às condições meteorológicas adversas e recorrentes, o Estado passou a ficar submetido ao risco de corte de suprimento.
A demanda de energia gaúcha vem subindo nos últimos anos. Em 2011, o pico foi de 5.547 MW (acréscimo de 5,29% em relação ao ano anterior), em 2012 foi de 5.961 MW (alta de 7,46%), e neste ano, por enquanto, está em 6.074 MW (incremento de 1,89%). Milano considera que o Estado teve “sorte” no verão passado em não sofrer grandes cortes de energia, trabalhando próximo do seu limite.
Além disso, a entrada em operação da termelétrica AES Uruguaiana, apesar de ser uma geração cara, foi fundamental para aumentar a segurança do sistema. De acordo com a investigação da Fiergs, foram gerados 390 MW médios com a usina, que implicou custo de R$ 272,5 milhões na retomada do funcionamento do complexo, valor repassado às contas de luz.
Conforme a pesquisa da Fiergs, não ocorreram mudanças significativas nas fontes de geração de energia construídas no Rio Grande do Sul desde o último verão, e ainda não estará operando a nova linha de transmissão de 525 kV, que ligará Salto Santiago – Itá - Nova Santa Rita. Isso, segundo o estudo, fará com que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) devam determinar a entrada em operação da térmica de Uruguaiana, novamente, como forma de evitar cortes de fornecimento de energia no verão de 2014. Para Milano, as operações das termelétricas serão imprescindíveis para minimizar dificuldades.