CEEE aguarda liberação de recursos da União

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O Grupo CEEE espera contar com um importante apoio para colocar em prática os investimentos projetados para os próximos anos. Amanhã deve ser depositada a segunda parcela, no valor de R$ 768 milhões, da dívida bilionária que está sendo paga pela União desde o começo deste ano. O pagamento será feito em forma de títulos da dívida pública.

Os créditos no total de cerca R$ 3 bilhões são relativos à Conta de Resultados a Compensar (CRC), que diz respeito à compensação de pagamentos a ex-autárquicos e inativos. Em 1993, a concessionária entrou na Justiça para discutir o direito a esses recursos. Em março de 2009, a sentença transitou em julgado, não cabendo mais apelação. Apesar da decisão, apenas no início de 2012 foi oficializado o pagamento do débito em uma solenidade no Palácio Piratini, com as presenças da presidente Dilma Rousseff e do governador Tarso Genro.

O diretor financeiro e de relações com investidores do Grupo CEEE, Gerson Carrion de Oliveira, informa que, depois dessa segunda parcela, faltará apenas mais uma, também de R$ 768 milhões, que deverá ser paga em 17 de dezembro de 2013. O dirigente lembra que o montante proveniente da CRC será aplicado na proporção de 60% na área de distribuição e de 40% na geração e transmissão. 

Além dessa fonte de recursos, recentemente o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um empréstimo de US$ 88,7 milhões à CEEE-GT (empresa do grupo focada nos segmentos de geração e transmissão). O financiamento do BID será utilizado no Programa Pró-Energia, elaborado pela companhia e composto por um conjunto de empreendimentos que visam a possibilitar a construção da infraestrutura elétrica necessária para suportar o aumento da demanda previsto, incluindo a realização da Copa do Mundo em 2014. Na quinta-feira, o Senado autorizou a CEEE-GT a contratar a operação com o BID, assim como o financiamento de US$ 59,1 milhões contratado com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).

Leilão viabiliza mais 28 MW eólicos no Estado

O resultado do leilão de energia realizado na sexta-feira não foi o esperado pelos empreendedores do setor eólico. No entanto, o certame garantiu a implantação de mais 28 MW dessa fonte no Rio Grande do Sul. O parque Granja Vargas 1 será construído no município de Palmares do Sul, pela empresa Enerfin, e o investimento estimado no complexo é de R$ 102 milhões.

Os leilões viabilizam a implantação de novas usinas que apresentem o menor custo de geração. No entanto, a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, ressalta que esse último certame não serve de parâmetro para o setor. “Como as distribuidoras já têm contratado o volume de energia para atender às suas necessidades, houve um excesso de oferta e baixa procura, o que derrubou os preços”, argumenta a dirigente. As tarifas dos empreendimentos eólicos variaram de R$ 87,50 por MWh a R$ 88,68 por MWh - uma média de R$ 87,94 por MWh, contra R$ 99,54 por MWh no leilão de reserva de 2011, que tinha os menores valores já registrados até então. Os projetos contratados, que somam 281,9 MW, espalham-se por Maranhão, Bahia e Rio Grande do Sul.

Elbia explica que um dos motivos de o projeto de Palmares do Sul ter vendido sua futura geração é o fato de, praticamente, se tratar de uma expansão dos parques que a Enerfin possui no município. Isso diminui muito os custos do empreendimento. No total, o leilão, realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), terminou com a contratação de 574,3 MW de potência, em usinas eólicas e hidrelétricas, a um preço médio de R$ 91,25 por MWh. Com isso, o certame viabiliza a construção da hidrelétrica de Cachoeira Caldeirão e de dez parques eólicos, além de permitir a expansão da hidrelétrica Santo Antônio do Jari. O montante de energia negociado chega a 66,1 milhões de MWh (302,2 MW médios), o equivalente a R$ 6 bilhões em contratos.

As usinas que participaram da licitação precisam começar a gerar energia a partir de 1 de janeiro de 2017. A previsão é de que somente os novos projetos demandem investimentos de cerca de R$ 1,1 bilhão. Estavam habilitados para o certame 525 projetos, que somavam 14.181 MW em capacidade instalada.

No lado dos compradores, a Copel Distribuição foi a que contratou o maior de volume de energia, 8,776 milhões de MWh. A segunda maior compradora foi a Celg, com 7,899 milhões de MWh, seguida pela RGE, comercializando 6,591 milhões de MWh. Os contratos de eólica terão duração de 20 anos, enquanto que os das hidrelétricas terão duração de 30 anos.