Novo Parque Assis Brasil esbarra na escolha do modelo de gestão

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A definição do modelo legal de gestão que dará andamento ao Plano de Revitalização e Novos Empreendimentos do Parque Assis Brasil é agora o principal entrave do governo gaúcho. Depois de decidir pela criação de uma empresa estatal para gerir o espaço, ficou previsto o envio do projeto de lei à Assembleia Legislativa em setembro, o que acabou não acontecendo. Segundo o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, “não há pressa em iniciar as obras da nova área”, e que a criação de uma estatal responsável pela administração do empreendimento ainda “está sendo estudada”.
Mainardi expôs, em palestra na Federasul, detalhes do projeto que promete dar uma nova cara ao parque de Esteio, que atualmente recebe apenas um grande evento por ano, a Expointer.
Conforme Mainardi, a criação de uma empresa pública para gerir o parque implica custos. “Estamos avaliando uma forma para que esse investimento seja compensado pela autossuficiência do negócio.” Entre as possibilidades de retorno financeiro, estuda-se o formato de concessão (de 25 anos). Embora algumas ações tenham saído do papel, ainda falta definir as estruturações arquitetônica, econômico-financeira e jurídica do plano de revitalização. “Já iniciamos as obras no espaço existente, onde serão aplicados R$ 25 milhões na ampliação das áreas de agricultura familiar, reformas nas pistas, sistema de drenagem e reconstrução de alguns armazéns que tiveram as estruturas danificadas”, frisou o secretário. Ele listou que, do total destes recursos que já estão garantidos, R$ 18 milhões são oriundos de linhas de financiamento contratadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), R$ 1,5 milhão vem do Ministério da Agricultura e o restante são recursos orçamentários e do tesouro estadual.
Já a construção da nova ala do Assis Brasil está estimada para custar em torno de R$ 440 milhões, sendo que a maior parte destes recursos partirá da iniciativa privada, através de empreendedores que se interessarem pelos espaços. Ali devem funcionar um museu agropecuário, um shopping center, um centro de eventos de 35 mil m2, hotel com 100 apartamentos, centro tecnológico, área educacional e 4 mil novas vagas para estacionamento. Do total deste investimento, cerca de R$ 140 milhões serão de recursos públicos a serem aplicados ao longo do projeto, previsto para ser concluído em oito anos. “A partir de 2013 já teremos pronto também o cercamento (de parte dos 139 hectares) do parque”, completou o sócio-diretor da M. Stortti Business Consulting, Maurênio Stortti, responsável pelos estudos que levaram ao projeto, e que também palestrou na Federasul. 
O governo estuda a construção de sedes de entidades como Fepagro, Ufrgs, Emater e Irga. “O parque é estratégico no crescimento do Brasil no cenário internacional”, afirmou Mainardi, lembrando que o principal objetivo do projeto é dar mais competitividade ao setor. A ideia é que o empreendimento funcione o ano inteiro, promovendo, em média, um evento por mês. “O acesso ao parque deve melhorar em dois anos, o que será trará tranquilidade no aspecto da mobilidade”, completou o secretário, adiantando que já há estudos para um novo anel viário próximo à BR-448.