PIB prévio recua pelo segundo mês seguido

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A economia brasileira encolheu pelo segundo mês seguido. De acordo com os cálculos do Banco Central, o IBC-Br, índice que mede o crescimento do País, caiu 0,23% em fevereiro, levemente acima das apostas do mercado financeiro. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela autoridade monetária. Foi o segundo mês seguido de queda do indicador, sendo que em janeiro, quando comparado com dezembro, houve retração de 0,18% na economia brasileira.
Nos últimos 12 meses, o IBC-Br acumula alta de 2,05% até fevereiro. O dado é menor do que no mês passado, quando estava em 2,44%, o que mostra uma desaceleração da atividade econômica.
Com a oscilação, o indicador passou de 140,53 pontos em janeiro para 140,20 pontos em fevereiro. Esse foi o pior desempenho mensal desde outubro de 2011, quando o índice havia caído 0,58% na comparação a setembro com ajuste.
O objetivo do governo neste ano é o de garantir crescimento da economia na casa de 4%, apesar de o próprio BC calcular uma expansão de 3,5% no Produto Interno Bruto. Para tanto, o governo vem anunciando medidas para acelerar a atividade e estimular o consumo. As mais recentes aconteceram no início de abril, num pacote de pouco mais de R$ 60 bilhões entre desonerações e nova injeção de capital no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).
O índice foi criado pelo Banco Central para balizar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), já que os dados oficiais do IBGE demoram três meses para serem conhecidos.
Já a pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central, manteve em 3,30% a estimativa de crescimento do PIB, em 2012 (estável em relação à pesquisa de mercado anterior), aumentando de 4,20% para 4,30% a previsão para 2013.
A projeção para o crescimento da produção industrial também seguiu estável em 2%, em 2012, e em 4% em 2013. De acordo com a pesquisa, o superávit comercial de 2012 é projetado em US$ 19 bilhões, mas a estimativa para o desempenho comercial em 2013 caiu de US$ 15 bilhões para US$ 14,70 bilhões.
A projeção para o Investimento Estrangeiro Direto (IED), em 2012, subiu de US$ 55 bilhões para US$ 56,40 bilhões. A previsão de IED para 2013 se manteve em US$ 56,40 bilhões. A estimativa de câmbio para o fim de 2012 aumentou de R$ 1,78 para R$ 1,80, mesmo patamar da expectativa para o câmbio, ao fim de 2013, que se manteve.
Apesar do resultado mais fraco que o esperado da inflação de março registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a pesquisa Focus revelou um aumento da previsão do mercado financeiro para o índice oficial de preços em 2012, que passou de 5,06% para 5,08%. Para 2013, porém, a estimativa dos analistas consultados seguiu estável em 5,50%.
A projeção da Selic do mercado para abril segue em 9%. A estimativa indica o corte de 0,75 ponto percentual, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne terça e quarta-feira desta semana.