Após pacote federal, manifestantes cobram também ações estaduais

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Cerca de 10 mil trabalhadores, empresários e estudantes se reuniram na manhã desta quarta-feira no estacionamento da Assembleia Legislativa de São Paulo em uma manifestação contra a perda de espaço da indústria na economia brasileira. Nos discursos dos dirigentes, que se revezavam no palco montado no local, o governo federal foi o principal alvo das críticas, mas, como o ato ocorreu um dia após a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff anunciar um pacote de incentivo à indústria, o governo estadual também foi constantemente lembrado. Os manifestantes pediram que os governos estaduais, principalmente o de São Paulo, “façam sua parte” na campanha pela competitividade da indústria nacional.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse que os governos dos estados precisam entrar a fundo na questão por meio de redução da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), que é definida pelo governo de cada unidade da Federação. “Os governos estaduais precisam reduzir o ICMS para dar fôlego à indústria”, disse. Skaf também criticou incentivos fiscais concedidos por alguns estados a produtos importados que desembarquem em seus portos, ponto central na discussão da Resolução nº 72, que busca uniformizar a cobrança de ICMS pelos estados.
Dirigentes sindicais também pediram atenção dos governadores para a questão da indústria. O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse que estados e municípios precisam se unir na causa por meio de redução do ICMS e da criação de incentivos a investimentos. O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, contou que o movimento, que uniu trabalhadores e empresários, vai procurar os governadores para discutir ações para dar competitividade à indústria. O Grito de Alerta, como foi chamado o protesto, já aconteceu em Porto Alegre na semana passada.