Bolsas em Nova Iorque caem com falta de acordo na Grécia

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Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam em leve queda, refletindo a decepção dos investidores com a ausência de um acordo para reduzir a dívida da Grécia detida pelo setor privado, os receios com o aumento no custo de financiamento de Portugal e o declínio nos papéis do setor financeiro.
No domingo (29), autoridades gregas disseram que ainda não foi formalizado um acordo entre o primeiro-ministro do país, Lucas Papademos, o ministro de Finanças, Evangelos Venizelos e Charles Dallara, do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) - este último representante dos credores privados. Boa parte do mercado estava esperando que algum comunicado fosse emitido trazendo detalhes sobre os termos da operação de swap da dívida da Grécia.
A escassez de informações deixou os investidores nervosos com a possibilidade de um agravamento da crise na Europa. Isso ajudou a elevar o juro cobrado pelo mercado para emprestar aos países da região que foram mais afetados pela crise. No caso de Portugal, essa taxa atingiu níveis recorde. "Portugal é considerado o caso mais próximo da Grécia", disse um operador.
O Dow Jones caiu 6,74 pontos, ou 0,05%, para 12.653,72 pontos. O Nasdaq recuou 4,61 pontos, ou 0,16%, para 2.811,94 pontos, enquanto o S&P 500 teve declínio de 3,32 pontos, ou 0,25%, para 1.313,01 pontos. Pela manhã, o declínio das bolsas foi mais acentuado e, segundo operadores, a forte recuperação do mercado teve conexão com o baixo volume de negócios – nesta segunda-feira (30) 3 bilhões de ações trocaram de mãos na NYSE, ante a média diária de 3,9 bilhões registrada nesse mês.
As ações do setor financeiro tiveram as perdas mais significativas. O Bank of America recuou 3,02% depois de ter a recomendação de seus papéis rebaixada para "neutra", de "comprar", pelo Goldman Sachs. Também fecharam em baixa o próprio Goldman Sachs (-1,83%), o Citigroup (-2,07%), o Wells Fargo (-1,18%), o JPMorgan (-0,54%) e o Morgan Stanley (-1,94%), entre outros, pressionados por receios com a possibilidade de a crise da Europa afetar o sistema financeiro mundial.
"A exposição dos bancos dos EUA não é tão onerosa a ponto de impor risco de morte. A ameaça viria de um congelamento (no crédito) como o visto nos mercados em 2008", disse Dan Alpert, sócio-gerente da Westwood Capital.