Direção do Internacional avalia o contrato do Estádio Beira-Rio

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A partícula "se" foi expurgada ontem do vocabulário do presidente do Internacional, Giovanni Luigi. O dirigente evitou falar em hipóteses que não incluam a aprovação do contrato com a empreiteira Andrade Gutierrez para a reforma do estádio Beira-Rio. O dirigente espera que a reunião do Conselho Deliberativo prevista para o dia 15 confirme o que já foi a opção do começo do ano, quando o clube optou pelo modelo com a construtora em vez do autofinanciamento. Um plano B, caso a proposta seja barrada, só será cogitado após a apreciação, adiantou Luigi. "Não acredito que tenha colorado que não queira ver o estádio no padrão Fifa", vislumbrou o dirigente.
Ele também refutou falar em possibilidades que destoem do caminho da reforma para a Copa do Mundo de 2014. O Beira-Rio é o estádio oficial para os jogos das Eliminatórias e das Oitavas de Final. A demora na negociação entre o clube e a empreiteira acabou tirando Porto Alegre da Copa das Confederações, que será em 2013. A partir de hoje a minuta do acordo, que soma 70 páginas, está à disposição dos conselheiros, que deverão seguir cláusula de confidencialidade. Até a próxima quinta-feira, dia da reunião que validará ou não o contrato, os mais de 300 integrantes poderão fazer questionamentos.
"Responderemos a todos. Espero por unanimidade na apreciação, como foi quando houve a mudança do modelo", reforçou Luigi, cercado pelos seus principais diretores, em entrevista coletiva dada ontem. Após o encontro com os jornalistas, o dirigente foi aplaudido ao ser recebido por diretores e funcionários em uma sala ao lado da área da imprensa do Departamento de Futebol. O presidente garantiu que as condições do contrato beneficiam o colorado e que os valores a serem aportados pelo clube não se alteraram.
Questionado se o montante do contrato (que inclui um estacionamento, cobertura do estádio, suítes e cadeiras vips e obras em arquibancadas) teria se alterado, ficando acima de R$ 290 milhões, cifra divulgada pelo clube ao receber a proposta da Andrade Gutierrez no começo do ano, para R$ 330 milhões, Luigi evitou falar e se limitou a ressaltar que a cota do Inter no investimento não mudou. O valor inclui R$ 26 milhões da venda da área do Estádio dos Eucaliptos e R$ 8 milhões da comercialização de oito suítes. "A parte do Inter não mudou nada, mas há a contrapartida da construtora. Se neste período houve inflação, pode ter contribuído para mudança de valor", especulou o dirigente.
A direção do Inter assegurou que está seguindo todas as exigências do Comitê Organizador Local (COL), que gerencia pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) os preparativos ao Mundial de 2014. O impacto financeiro de eventuais alterações nas obras, que não foram descartadas por Luigi, será arcado pela construtora. A obrigação contratual prevê ainda que 30 dias após a assinatura do acordo os trabalhos no estádio sejam retomados. As obras pararam em junho. Os dirigentes estimam que a assinatura do documento ocorra até uma semana após a sessão do Conselho, em caso de aprovação.
A direção também tem cronograma de atividades, prevendo fechamento do estádio em alguns períodos para "agilizar e dar segurança" à execução. Luigi não quis revelar a estratégia. Os jogos do Gauchão deverão ser disputados em outro estádio, mas competições como a Libertadores e o Brasileiro não serão afetadas. Os jogos ocorrerão em casa. Janeiro e fevereiro de 2012 e dezembro do próximo ano e janeiro de 2013 deverão ter arena fechada. A conclusão das obras foi assegurada dentro do prazo para os jogos de 2014, limitou-se o presidente do Inter.