Copa do Mundo deve fomentar o turismo de negócios e eventos

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Conferência Temática de Turismo de Negócios e Eventos organizada pela Setur, na tarde desta sexta-feira (14), em Porto Alegre, reuniu representantes do trade turístico para debater as oportunidades de desenvolvimento que surgirão no Estado nos próximos anos. Palestrante do encontro, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Sanovicz ressaltou a importância do anúncio feito pela presidente Dilma Rousseff referente à liberação de verbas para o metrô gaúcho.
"O impacto que isso vai representar para o Estado é enorme. Junto com a obra, haverá a realização de inúmeros eventos nos próximos dois anos para discutir equipamento, rede elétrica, pintura e uma série de outros temas que vão ajudar a concretizar o projeto. Isso vai gerar uma entrada substancial de visitantes no Rio Grande do Sul", avalia.
Outra grande oportunidade, segundo Sanovicz, será a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, sendo que o sucesso do segundo está diretamente ligado ao do primeiro. "Não temos governabilidade sobre o que as pessoas falarão do nosso País, da nossa cidade, ao participarem da Copa. As impressões positivas que elas levarem daqui é que farão com que, em 2016, o Brasil seja considerado um país capaz de organizar um evento mundial deste tamanho. Temos que impactar os turistas com experiências satisfatórias", diz.
Para o professor, o turismo de negócios e eventos se nutre do desenvolvimento da economia, que, nos últimos anos, no Brasil, apresentou um crescimento acima da média. "O salário triplicou, a taxa de desemprego caiu pela metade, o número de brasileiros vivendo em situação de miséria diminuiu imensamente e tudo isso se reflete no turismo. Depois de casa, carro e bens da linha branca, este é o setor mais visado", afirma.
No entanto, para obter sucesso na realização de um evento, Sanovicz enumera alguns pontos fundamentais, como oferecer um conteúdo atrativo e que não está disponível na internet, escolher bem a cidade onde ele será promovido e contar com a participação da comunidade. De acordo com o ex-presidente da Embratur, em 10 anos, o volume de feiras aumentou consideravelmente no País, chegando a locais diferentes dos habituais.
"Em uma década, passamos de cerca de 17, 18 cidades recebendo eventos internacionais para 52. E há que se destacar que eles não estão mais concentrados apenas no eixo Rio-São Paulo, o que coloca o Rio Grande do Sul em um patamar de competitividade", destaca.
A secretária do Turismo, Abgail Pereira, destacou que, de acordo com dados da International Congress and Convention Association (Icca), Porto Alegre ocupa a quarta colocação no ranking de cidades brasileiras que mais recebem eventos internacionais, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis e Brasília - que aparecem empatadas em terceiro lugar. "Estamos fazendo com que o Estado volte a ser protagonista como já foi em outras épocas. A perspectiva da Copa de 2014 é uma pauta atual e temos de trabalhar focados nela", reitera.
Com relação à Copa das Confederações, que, extraoficialmente, está sendo divulgado que não ocorrerá mais na Capital, a titular da Pasta foi enfática. "Não temos de procurar culpados, mas sim buscar soluções para que essa ameaça não se concretize. Passa pela Copa das Confederações o nosso sucesso na Copa do Mundo", finaliza.