Câmara temática vai integrar ações locais de sustentabilidade

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Com o objetivo de criar práticas de respeito ao meio ambiente que permeiem toda a preparação do Rio Grande do Sul para a Copa do Mundo 2014, foi instalada na manhã de ontem a Câmara Temática de Sustentabilidade, em solenidade no teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. A proposta da nova estrutura é integrar os trabalhos feitos pela prefeitura da Capital, pelo governo do Estado e pela iniciativa privada às diretrizes do governo federal e da Fifa, conforme explicou a coordenadora do Comitê Gestor da Copa no Estado, Ângela Duarte. "A sintonia com as diretrizes do governo federal e a ação conjunta entre Porto Alegre e as subsedes é fundamental para que não se sobreponham esforços e possamos identificar lacunas", defendeu ela.
O governador em exercício, Beto Grill, demonstrou otimismo com a possibilidade de as obras demandadas para a adequação de Porto Alegre para Copa do Mundo serem feitas em harmonia com o meio ambiente. Segundo ele, o Comitê Gestor está trabalhando em conjunto com o governo federal para visitar todas as candidatas a subsede e antever todas as intervenções necessárias para que as obras tenham baixo impacto ambiental. "A nossa orientação aos órgãos de licenciamento ambiental é que essas obras da Copa sejam tratadas de forma ágil, mas sem desrespeitar as etapas necessárias à gestão técnica. Pedimos empenho a todos os envolvidos na estrutura burocrática", afirmou.
Os temas serão tratados, dentro da câmara temática, em cinco núcleos: estádios e construções sustentáveis; gestão de resíduos; mudança climática; Copa orgânica; e parques da Copa. Na avaliação de Grill, as melhorias feitas em função da competição devem gerar um legado positivo e permanente para o Rio Grande do Sul.
A secretária estadual do Meio Ambiente, Jussara Cony, ressaltou que a Copa é uma oportunidade de conscientizar a população de que o homem não está à parte da natureza e as exigências de sustentabilidade não representam entraves econômicos. "É preciso evoluir para que a Copa do Mundo contribua com as políticas estruturantes de nosso sistema econômico", afirmou.

Motorola quer modernizar cidades para a Copa 2014

Enquanto as cidades selecionadas para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014 ainda batem cabeça para iniciar muitas das obras previstas, players mundiais de tecnologia tratam de se posicionar junto aos governos como fornecedores capazes de estruturar projetos inteligentes nessa área. É o caso da Motorola Solutions, que pela primeira vez criou uma gerência específica no Brasil para um projeto.
A carta na manga da empresa é o know-how na estruturação de grandes eventos, como as Olimpíadas de Atenas e de Pequim, o Pan-Americano do Rio de Janeiro e a reunião do G-8, que recentemente aconteceu na Europa. "Queremos mostrar ao poder público federal, estadual e municipal a nossa capacidade em planejar e implementar projetos desse porte", comenta Joeval Martins, gerente sênior de desenvolvimento de negócios, Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016 da Motorola Solutions.
A vantagem da empresa em relação aos outros competidores, segundo ele, é a capacidade de entregar uma solução fim a fim. A oferta da multinacional envolve sistemas de radiocomunicação, videomonitoramento, RFID e internet banda larga. "Com esse portfólio é possível atender a todas as demandas por tecnologia que possam surgir em aeroportos, hotéis, estádios e também junto à polícia militar, civil e municipal", acrescenta o executivo.
Um dos pontos-chave para a organização de um evento do porte da Copa do Mundo e das Olimpíadas, em 2016, será o gerenciamento dos aeroportos. E nesse aspecto, a Motorola aposta em soluções de RFID para melhorar a experiência das pessoas. Através de etiquetas com identificadores por radiofrequência, será possível identificar o ponto de saída das malas, garantir que elas estarão no voo certo e que serão retiradas pelo proprietário. Esse sistema já existe em alguns aeroportos na Europa e ainda não é usado na América Latina, possivelmente, pelo alto custo da etiqueta com RFID.
Uma variação desse sistema permite, por exemplo, que não faltem táxis, trens ou ônibus nos aeroportos. Martins acredita que esses projetos voltados para a Copa do Mundo e Olimpíadas começarão a tomar corpo no final deste ano e início de 2012. Martins esteve recentemente em Porto Alegre conversando com representantes da Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs) e da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre (Procempa), já que o poder público é o grande foco da estratégia comercial do fornecedor para a Copa do Mundo. "Tenho percebido no Sul uma vontade de fazer um evento memorável e uma percepção bem apurada dos gestores dessas áreas de tecnologia sobre os desafios que se tem pela frente, inclusive para conseguir deixar um legado importante para as cidades", diz Martins.