Emater prevê safra de verão no Estado de 23,6 mi de toneladas

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Apesar da estiagem, que desde agosto tem castigado a região Sul gaúcha, o Rio Grande do Sul vai bater novo recorde neste ano e colher a maior safra de verão de sua história. As perspectivas negativas sobre o desempenho das culturas foram dissipadas nesta quinta-feira, com a divulgação da nova estimativa de área e produção de grãos elaborada pela Emater e que aponta a colheita de 23,6 milhões de toneladas de soja, milho, arroz e feijão, ante as 23,08 milhões registradas em 2010.
"As expectativas sobre um efeito devastador do efeito La Niña não se confirmaram. A seca foi mais localizada, o que permitiu esse novo recorde", afirmou o secretário do Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Ivar Pavan.
Na opinião do secretário, é difícil que esses dados de safra se alterem, pois grande parte da área já está consolidada. E caso haja modificação, a tendência é de que seja para um incremento.
O arroz e o feijão foram as culturas que ajudaram a puxar os números para cima. O cereal teve um incremento de 2,15% em área para 1,123 milhão de hectares, de 9,84% em produtividade e de 15,9% em produção, podendo chegar a 7,9 milhões de toneladas. "Vão ser colhidas 1,1 milhão de toneladas a mais do que em 2010", disse o presidente da Emater, Lino De David.
No caso do feijão, houve uma pequena redução de área de 4,47%, com o cultivo de 73,75 mil hectares, compensada pelo aumento em produtividade que chega a 27,29% e de produção com índice positivo de 22,57%.
O milho também apresentou redução de 4,91% em área, passando para 1,095 milhão de hectares, e queda de produtividade de 4,2%. Pela estimativa inicial esse dado chegaria a 14%. Graças à melhora das condições climáticas houve redução também da expectativa negativa em relação à quebra de produção, que era de 17% e ficou apenas em 8%.
No caso da soja, a área aumentou em 1,67%, passando para 4,089 milhões de toneladas, em função dos bons preços praticados para a oleaginosa na época do plantio e também pelo fato de o grão ser mais resiste à estiagem do que o milho. "Se esperava queda de 14,21% em produtividade e agora o indicativo é de que seja apenas de 2,68%", destacou De David. A expectativa de quebra na produção da soja era de 12,63% e hoje está estabelecida em 0,83%.
As lavouras, de soja no Estado encontram-se agora com 60% em formação de grãos e 40% em floração. O maior uso de tecnologia pelo produtor, o crédito abundante e as chuvas que acabaram ocorrendo dentro da normalidade são apontados por Pavan como propulsores dos bons resultados.
"A produção de soja deve chegar a 10,3 milhões de toneladas nessa safra, ante os 10,4 milhões de 2010. Mas temos a convicção de que nesse caso possa ainda haver um incremento", disse o secretário.