Segundo Fundo Garantidor de Crédito, Panamericano é um caso isolado

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"Não há problema de liquidez no sistema financeiro. O Panamericano foi um caso isolado", afirma o diretor executivo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), Antonio Carlos Bueno de Camargo Silva. Segundo ele, o fundo não tem nenhuma operação do tipo e até as compras de carteira de crédito se reduziram muito desde a crise financeira mundial.
Durante a crise, o FGC chegou a fazer mais de 200 operações de trocas de carteiras de bancos que precisavam de recursos. "Só fazemos essas compras agora eventualmente, quando algum banco quer", disse o executivo. O FGC tem patrimônio hoje de R$ 28 bilhões.
"Não sabemos como as perdas do Panamericano se deram", disse o presidente do conselho do FGC, Gabriel Jorge Ferreira, em entrevista à imprensa. Ele foi questionado se houve fraude na contabilização dos ativos do banco pela diretoria. "A operação busca preservar o banco", diz Ferreira.
Segundo ele, o patrimônio do banco já foi recomposto após a emissão das debêntures. Ferreira ressalta que o banco está líquido, com R$ 4 bilhões em caixa, incluindo aqui o aporte do FGC. O Panamericano tem 2,4 mil investidores que aplicam em Certificados de Depósito Bancário (CDBs). A operação de resgate do Panamericano foi aprovada pelo conselho do FGC ontem. Segundo o executivo do FGC, banqueiros ligaram para cumprimentar o fundo pela operação na manhã de hoje.
Também nesta manhã, a nova diretoria do Panamericano tomou posse. Cinco executivos foram indicados pela Caixa Econômica Federal e outros quatro pelo controlador do banco, a SS Participações, do empresário Sílvio Santos. Segundo Ferreira, o FGC não indicou nenhum executivo e não vai participar da gestão do banco. "A expectativa é de que, com essa nova diretoria, os negócios deslanchem."
Ferreira avalia que a Caixa Econômica Federal não deve comprar fatia maior do banco, pois o interesse é ser minoritário. O banco público divulgará nota na tarde de hoje sobre a operação, segundo a assessoria da estatal, também presente na entrevista do FGC.
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