Obras de estaleiro devem começar em 2011

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A construção do novo estaleiro da Metade Sul gaúcha, no município de São José do Norte, deve começar em meados do próximo ano. O presidente da Estaleiros do Brasil (EBR), Alberto Padilla, espera conseguir a licença ambiental para a estrutura, com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), dentro de seis a dez meses, para iniciar o empreendimento.
A EBR é uma empresa controlada pela Setal Óleo e Gás (SOG), que presta serviços de construção de empreendimentos na modalidade de gerenciamento, engenharia, suprimentos e construção (EPC). Segundo Padilla, o fato de o estaleiro ficar situado dentro da área do porto organizado do Rio Grande (apesar de ser em São José do Norte) deve facilitar a questão do licenciamento.
O grupo tem aprovado no Fundo da Marinha Mercante uma prioridade de financiamento correspondendo a 90% do valor do projeto, estimado em US$ 420 milhões. A EBR também discute a possível parceria de agentes internacionais para participar do negócio, principalmente, para realizar aporte de tecnologia. Padilla revela que as companhias que devem ser contatadas são provenientes da Ásia e da Europa.
O executivo comenta que a companhia já comprou 130 hectares e adquirirá mais 20 hectares em São José do Norte para realizar o empreendimento. Ele explica que a escolha pelo município deve-se à possibilidade de ocupar uma área plana, que tem ao seu lado águas calmas e com profundidade.
Padilla detalha que o estaleiro, em uma primeira etapa, depois de um ano da conquista do licenciamento, deverá focar na implementação de módulos de plataformas de petróleo. Em um segundo momento, após dois anos da licença, deverá operar em plena capacidade, podendo atender a encomendas de plataformas inteiras. Além disso, o complexo realizará navios AHTS (Anchor Handling Tug Supply), embarcações especializadas no apoio da produção e exploração do petróleo.
A meta da EBR é conquistar licitações da Petrobras e de demais operadores como Shell, OGX, entre outros. A atividade do estaleiro deverá gerar cerca de 5 mil postos de trabalho diretos e sua construção outros 1 mil empregos. Nessa quinta-feira, o governo do Estado e a EBR firmaram protocolo de intenções quanto à instalação do complexo. Padilla relata que outro documento havia sido assinado em agosto, mas esse último permitiu que o nome do projeto fosse alterado. Inicialmente, o empreendimento seria chamado de Estaleiro da Bahia, pois a ideia original da companhia era instalar o complexo naquela região.
O governo gaúcho concederá incentivos fiscais do Fundopem para a implementação do estaleiro. O secretário de Infraestrutura e Logística, Daniel Andrade, enfatiza que a nova estrutura irá se somar às do Rio Grande na formação do polo naval do Estado.