Cenário favorece negócios no Feirão da Casa Própria

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Depois de negociações que alcançaram quase R$ 350 milhões na edição do ano passado, a 6ª edição do Feirão Caixa da Casa Própria ocorre diante de cenário favorável no setor imobiliário. Impulsionada por políticas habitacionais do governo federal, a construção civil está aquecida, gerando boas expectativas para o evento, que acontece entre os dias 21 e 23 de maio, no Centro de Exposições da Fiergs, em Porto Alegre.
A grande novidade no Feirão deste ano é a entrada de imóveis subsidiados pelo programa Minha Casa, Minha Vida, lançado em abril de 2009. Por meio do programa, estarão disponíveis 18,3 mil imóveis.
A iniciativa, em conjunto com as linhas de crédito da instituição, deve atrair pelo menos 25 mil pessoas ao local, número de visitantes registrado na última edição e que pode ser superado em função das novas oportunidades. Em todo o País, foram negociados R$ 1,8 bilhão nos feirões no ano passado.
O superintendente regional da Caixa, Valdemir Colla, afirma que o feirão reflete os movimentos do mercado, o que significa, hoje, uma alta tanto na oferta quanto na procura. Segundo ele, o Brasil e o segmento imobiliário passam por um bom momento, pautados pelos programas habitacionais e outros bons indicadores. “A inadimplência está em níveis muito baixos, além do crescimento nas contratações”. Cola explica que os dois pontos, aliados a maior oferta de crédito e redução dos juros nos últimos três anos, configuram um cenário onde não só o Feirão é protagonista, mas todo o conjunto de medidas adotadas para incrementar o setor. 
Responsável por 73% dos financiamentos imobiliários efetuados no Brasil, a Caixa levará 39,2 mil ofertas nessa edição do evento, entre imóveis novos, usados e na planta localizados em Porto Alegre, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Esteio, Gravataí, Guaíba, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Viamão, com valores entre R$ 35 mil e R$ 1 milhão. No local haverá o atendimento conjunto de 63 construtoras e 68 imobiliárias. Para o superintendente, essa é a característica fundamental para o sucesso da feira. “O objetivo é aproximar do consumidor todos os atores que participam da negociação do imóvel”, destaca. Colla acrescenta que, muitas vezes, o local não é palco do maior número de emissão de contratos, e sim onde as propostas começam a ser feitas para nos dias seguintes serem efetivamente fechadas, sendo vantagem para o comprador a gama de possibilidades concentradas em um único lugar.
O financiamento dos imóveis, com prazos para pagamento em até 30 anos, são realizados pela instituição e, até o fim do ano, devem somar 4,5 bilhões disponibilizados a famílias gaúchas, com juros médios de 4,5% ao ano. As opções contemplam todas as faixas de renda, algumas com subsídios que chegam a R$ 17 mil no Minha Casa, Minha Vida. No Feirão estarão disponíveis imóveis para todas as faixas de renda e os financiamentos poderão ser efetuados pelos programas Carta de Crédito FGTS, incluindo a modalidade Minha Casa, Minha Vida, e Carta de Crédito Caixa (recursos da poupança). Todos os imóveis novos que estarão no Feirão têm financiamento garantido pela Caixa, podendo ser pagos em até 30 anos e financiados em até 100%, por meio da Carta de Crédito FGTS ou Carta de Crédito Caixa. 
Trabalhadores que possuem FGTS poderão utilizar o saldo da conta para reduzir o financiamento ou para  compra total, desde que o imóvel tenha avaliação de até R$ 500 mil e o comprador não seja proprietário de imóvel na cidade ou município limítrofe de onde resida ou trabalhe. Para encaminhar ou fechar negócio durante o feirão é necessário levar identidade e CPF, comprovante de residência atual e os três últimos comprovantes de renda.

Momento é bom para investir em imóveis, diz especialista

A estabilidade econômica do Brasil, aliada à lei do inquilinato - que possibilita mais garantia aos proprietários de imóveis destinados à locação - mantém o mercado imobiliário aquecido. De acordo com Gilberto Cabeda, vice-presidente de comercialização do Secovi-RS, entre as vantagens de investir em aplicação de recursos neste negócio está a segurança em relação a outros mercados, como o de ações.
“No imóvel não se corre tanto risco, e o principal fator que influencia o sucesso do investimento é a velocidade com que ele irá ser valorizado, que pode ser mais rápida ou mais lenta.” Na visão de Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), o investimento pode ser um bom negócio, mas vai depender da avaliação na hora da compra. E ele faz um alerta: “o brasileiro tem pouca experiência para adquirir imóveis”. Reunindo seu conhecimento no assunto, Calado lançou recentemente o título Imóveis - Seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio.
Destinada aos novos investidores e profissionais do ramo, a publicação apresenta técnicas  de negociação e informações para garantir investimentos seguros, além de estratégias essenciais para quem deseja se preparar para a compra do primeiro imóvel. “Quando a compra é destinada à moradia, as pessoas incorrem no mesmo erro, em geral, tomando atitudes emocionais”, alerta.
Neste caso, a primeira recomendação é, antes de visitar o local, planejar o que se quer e quanto se pode gastar. “Como financiar é relativamente fácil, as pessoas se empolgam e acabam gastando mais do que deveriam”, justifica, lembrando que quanto mais dinheiro guardado para a entrada, menor a prestação.