Consumo em alta anima os empresários na 34ª Fimec

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A expectativa de crescimento das vendas do setor calçadista deve levar a um aumento da capacidade produtiva das indústrias produtoras. Essa é a opinião dos empresários reunidos na 34ª Fimec, em Novo Hamburgo. A feira tem apresentado seus corredores lotados, com empresários, técnicos e profissionais do complexo coureiro-calçadista visitando estandes, fazendo contatos e realizando negócios.
O motivo para este otimismo é o bom momento do setor, com o crescimento do mercado interno, a taxação dos calçados chineses importados e a recuperação das exportações. Segundo a Abicalçados, houve um incremento de 21% no volume de calçados exportados de janeiro a março deste ano, quando foram comercializados no mercado externo 49 milhões de pares. No mesmo período do ano anterior, o volume havia sido de 40,8 milhões. O faturamento também apresentou reação positiva e encerrou o período com um aumento de 10%. Os exportadores obtiveram divisas na ordem de US$ 423,6 milhões.
No entanto, o aumento é considerado insuficiente por representantes da cadeia coureiro-calçadista. "Ele ainda não chega a absorver toda a capacidade produtiva que temos, o que exige incrementar ainda mais as exportações", afirmou Francisco Gomes, presidente da Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSul).
De acordo com Ricardo Michaelsen, presidente da Fenac (empresa organizadora da Fimec), para expandir essas vendas externas os produtores têm procurado investir cada vez mais em calçados de valor agregado, que requerem melhores equipamentos e componentes para sua fabricação. "Ele precisa melhorar seu produto para atingir mais mercados, mas ao mesmo tempo é necessário baixar seus custos, a fim de manter uma margem de lucro adequada, por isso a feira é um importante momento para buscar máquinas modernas que permitam atingir esses objetivos", lembra Michaelsen.
Um indicador da necessidade de renovar a capacidade produtiva das empresas frente à maior demanda dos últimos meses são os atrasos nas entregas. "Um de nossos clientes chegou a nos afirmar que não conhece um único empresário que esteja cumprindo os prazos", destaca Julio Schmitt, diretor da FCC, fabricante de sistemas de colagens e vedantes. Outra dificuldade que os empresários enfrentam diante do crescimento da demanda é a aquisição de funcionários qualificados. "A mão de obra que se dispersa num período difícil, como foi no final de 2008 e começo de 2009, dificilmente volta ao setor, então temos dificuldade de repor estes trabalhadores", lembra Délcio Schmidt, diretor da indústria de máquinas Erps. Segundo ele, a empresa, que produz uma média de 20 máquinas por mês, tem investido na contratação de mão de obra jovem, que pode ser treinada a fim de alcançar a qualificação desejada.
A fim de ajudar as empresas a encontrar novos trabalhadores qualificados, os organizadores da Fimec instalaram no evento um stand da Agência Municipal de Empregos de Novo Hamburgo. "As empresas podem procurar a agência para informar eventuais vagas de trabalho existentes, enquanto os profissionais terão a oportunidade de deixar seus currículos e formas de contato. É uma iniciativa apropriada, pois sempre existem interesses comuns das duas partes", explica
Michaelsen.