Importações registram alta e derrubam superávit em 24%

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As importações brasileiras cresceram 14,69% na terceira semana de setembro na comparação com o mês de agosto, o que ajudou a derrubar o superávit registrado no mesmo período em 24,04%, na comparação pela média diária. De acordo com dados da balança comercial, as importações somaram US$ 2,94 bilhões, com média diária de R$ 588 milhões -14,69% maior do que a média diária de agosto.
Já as exportações ficaram em US$ 3,49 bilhões nesse período - média diária de R$ 699,2 milhões. Na comparação pela média diária, as exportações na primeira semana foram 6,08% maiores do que a média de agosto. A diferença entre exportações e importações resultou em superávit comercial de US$ 556 milhões (média diária de R$ 111,2 milhões). O resultado é 24,04% menor do que a média diária registrada em todo o mês de agosto.
No acumulado do mês, o saldo comercial é superavitário em US$ 1,36 milhão (média diária de US$ 104,8 milhões). As exportações nas duas primeiras semanas de setembro somaram US$ 8,75 bilhões (média diária de US$ 673,2 milhões) enquanto as importações ficaram em US$ 7,38 bilhões (média diária de US$ 568,4 milhões). No acumulado do ano, a balança comercial apresenta superávit de US$ 21,331 bilhões, com média diária de US$ 119,2 milhões. As exportações no ano são de US$ 106,68 bilhões e as importações de US$ 85,35 bilhões.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou ontem que a valorização do real frente ao dólar é natural, pois a economia brasileira está mais sólida e atraente para os investidores internacionais. “Temos de pagar um pouco o preço do nosso sucesso, que é termos um câmbio um pouco mais valorizado”, afirmou.
Mantega admitiu que a valorização do câmbio “atrapalha um pouco” os exportadores e informou que o governo está desenvolvendo um programa para reduzir custos nas áreas financeira, tributária e de infraestrutura e aumentar a competitividade da indústria. O objetivo é compensar os produtores brasileiros e oferecer a eles as mesmas condições de competição dos estrangeiros.

Produtor quer plano B se retaliação contra os EUA for pequena

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) teme que seja pequeno o avanço do governo brasileiro nas retaliações contra os subsídios dos Estados Unidos ao algodão e, por isso, já trabalha com um plano B: o de obter do governo brasileiro compensações específicas para o setor. De acordo com o presidente da Abrapa, Haroldo Cunha, estão fechados com a posição dos produtores nacionais, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o da Agricultura e o das Relações Exteriores.
“O assunto está afinado com a Abrapa nesses ministérios, mas precisamos fazer uma pressão maior na Casa Civil”, comentou. Segundo Cunha, haveria nesse ministério a avaliação de que uma retaliação cruzada, que abrisse o mercado americano ao etanol brasileiro, seria um bom negócio para o Brasil.
O País ganhou em caráter definitivo, no âmbito da OMC, em 31 de agosto, o direito de retaliar os Estados Unidos por causa dos subsídios abusivos ao setor pelo governo dos EUA. O Brasil poderia retaliar os EUA em US$ 800 milhões. A grande preocupação do setor é fazer com que a decisão do governo Lula, seja qual for, tenha o algodão brasileiro como principal beneficiado. Hoje, sete ministros estarão reunidos para debater este tema, além dos contenciosos sobre trigo e leite.