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Queda de preços no atacado leva IGP-M à sexta deflação
O declínio dos preços no atacado, especialmente os agrícolas, acelerou a deflação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que passou de queda de 0,10% em junho para redução de 0,43% em julho, na sexta deflação mensal do indicador. Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, esse cenário tende a acabar no curto prazo, o que não significa que causará preocupações ao mercado financeiro. “Não quer dizer que o índice vai sair decolando por aí. Ele vai oscilar e, neste movimento, pode ficar pouco acima de zero ou até pouco abaixo deste nível”, avaliou o economista.
A deflação em julho no indicador foi maior do que a esperada por instituições financeiras consultadas, que variavam de queda de 0,35% a redução de 0,24%. O IGP-M acumula deflação de 1,67% no ano e de 0,67% no período de 12 meses até julho. Dos três componentes que formam o IGP-M, apenas o Índice de Preços por Atacado (IPA) teve taxa negativa, de -0,85%, aprofundando a queda de junho (-0,45%). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,34% em julho, reforçando o avanço de 0,17% apurado em junho. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou alta 0,37% em julho, com a desaceleração ante a taxa apurada no mês anterior (1,53%).
Para a LCA Consultores, a queda dos preços no atacado foi, mais uma vez, o fator decisivo para que o IGP-M apresentasse mais uma deflação. Para os especialistas, o motivo principal foi o declínio nos preços agropecuários do atacado, bem mais expressivo que o previsto. Entre junho e julho, o recuo do Índice de Preços por Atacado (IPA), que representa 60% de toda a taxa do IGP-M, passou de 0,45% para 0,85%. Na divisão por origem do atacado, os preços industriais caíram 0,49% ante baixa de 0,92% de junho, mas os agropecuários diminuíram 1,89% em julho, num cenário totalmente oposto ao de elevação de 1,00%, observada no mês anterior.
De acordo com o coordenador da FGV, a deflação dos agropecuários foi importante para aliviar o declínio bem menos intenso do que já foi visto em julho pelo conjunto dos preços industriais. Este segmento mostrou baixa de 0,49% ante queda de 0,92% de junho.