Adriano Trindade percorre dezenas de países com suas canções autorais, mostrando a musicalidade brasileira e encantando os europeus. O artista é gaúcho, mora em Berlim há alguns anos e se apresenta na Europa desde 2007 com seus shows de MPB, samba e jazz. Com oito álbuns lançados e mais de 50 países visitados, o músico ainda planeja escrever um livro sobre sua trajetória.
Adriano Trindade percorre dezenas de países com suas canções autorais, mostrando a musicalidade brasileira e encantando os europeus. O artista é gaúcho, mora em Berlim há alguns anos e se apresenta na Europa desde 2007 com seus shows de MPB, samba e jazz. Com oito álbuns lançados e mais de 50 países visitados, o músico ainda planeja escrever um livro sobre sua trajetória.
Apesar de ter nascido em Porto Alegre, o artista cresceu no bairro Niterói, em Canoas, rodeado por parentes. Seus avós paternos tinham uma ligação forte com a música, e seu pai colecionava discos de vinil e instrumentos, além de fazer artesanalmente pequenos violões e baterias para os filhos brincarem. Mas, infelizmente, o acesso à música ao vivo na sua região era escasso, e Adriano só foi assistir ao seu primeiro show com dez anos de idade. "O primeiro lazer que nós tínhamos como família era a música", conta o cantor gaúcho.
Ainda criança, com uns oito anos, ele imaginava que seria legal ser músico quando adulto, mas foi a partir dos 14 que ele começou a traçar seu plano de carreira. Ele também comenta sobre o momento musical dos anos 1990, com a predominância de bandas de rock nacionais e também o consumo de canções de cantores e bandas estrangeiros do mesmo gênero. "Eu sabia tocar esses estilos, mas eu gostava mesmo de MPB, de samba, samba rock…", enfatiza Adriano. Na adolescência, construiu amizades e transitava entre três grupos musicais. Com o terceiro, iniciou um grupo de samba rock; inicialmente, só conseguiam tocar em escolas de samba ou nas periferias da Região Metropolitana.
A partir de 1997, o grupo começou a ganhar mais visibilidade, sendo convidado para shows no interior e em outras regiões do Estado. Dois discos também foram produzidos, e as obras passaram a tocar em algumas rádios, que também permitiam a divulgação das apresentações. A banda durou até 2003, mas paralelamente, Adriano estudava música e violão, além de cursar Letras e trabalhar no setor financeiro do Exército - "o que fazia com que eu pudesse ter uma renda, porque eu não ganhava nada com a música. No máximo um cachê de R$ 50,00", lamenta Adriano.
Em 2003, lançou a carreira solo. Dois anos depois, começou a cogitar sair do Brasil, para buscar um local que consumisse sua música como ele queria produzir, sem a pressão da indústria que ocorria no cenário nacional. Em um certo dia, ela vai a uma feira de turismo e procura os países que ofereciam melhores condições para imigrantes. A Nova Zelândia foi a única opção encontrada com um ano de visto e permissão para trabalhar. "Fiquei um ano planejando, mandando material para conseguir shows e estudando inglês", conta o músico. Quando chegou ao país, já tinha mais de 40 shows marcados.
Após ficar conhecido na cena local neozelandesa, foi convidado para gravar um disco na Itália. "Foi assim que eu parei na Europa, porque meu plano era ficar na Nova Zelândia mais um pouco, ou voltar para o Brasil", explica Adriano. Depois de um trimestre em solo italiano, ele vai para Londres, em 2007, onde a cena musical fazia rodar mais lucro, além de ter mais oportunidades. Desde então, já visitou mais de 50 países do continente. Em 2018, após morar um ano na França, Adriano e sua esposa se mudam para Berlim. A decisão foi motivada não só pelo custo de vida mais barato e maiores cachês, mas também pela facilidade de locomoção dentro do continente.
Periodicamente voltando ao Brasil, de 2017 a 2021 Adriano não se apresentou na terra natal, apenas visitou família e amigos. Mas após cinco anos, retornou e percebeu uma melhor recepção do público e um momento mais próspero para o jazz. "A cultura volta a explodir, e isso me dá vontade de vir para o Brasil e tocar um pouquinho mais", celebra o cantor.
Dentre seus planos para 2024, além de muita música, está a elaboração de um livro, escrito em português, mas com tradução para outros idiomas, contando sua trajetória e como foi passar por cada país onde se apresentou. O lançamento no Brasil deve acontecer no final do ano ou em 2025 e shows serão marcados para a mesma época. "Eu não conheço todo o meu País, sempre tive vontade de tocar em todos os estados do Brasil, a mesma vontade que eu tenho de tocar em todos os países da Europa" enfatiza Adriano.