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Marisa Orth traz seu primeiro monólogo, 'Bárbara', ao palco do Theatro São Pedro
Falando sobre a luta contra a dependência de álcool e drogas, espetáculo solo acontece neste sábado (27) e domingo (28)
Neste final de semana, a atriz Marisa Orth desembarca em Porto Alegre, para encenar o espetáculo Bárbara, que tem direção de Bruno Guida e cujas sessões acontecem às 20h de sábado (27) e às 18h de domingo (28), no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/n). Os ingressos estão à venda pelo site do espaço cultural e custam entre R$ 50,00 e R$ 150,00.
Livremente inspirado no livro A Saideira: Uma dose de esperança depois de anos lutando contra a dependência (Editora Planeta), de autoria da escritora e jornalista Barbara Gancia, este é o primeiro monólogo de Marisa, que - coincidentemente - celebra 40 anos de carreira. "Nasceu de um convite do Bruno, que idealizou o projeto em meio ao período de isolamento por conta da pandemia de Covid-19, onde estávamos todos vivendo aquele momento triste. Inclusive, tudo começou virtualmente. Foi um processo que contou com pouca vaidade e pouca expectativa, mas que resultou em um trabalho que eu acho que está bem legal", conta a atriz. A montagem fez sua estreia em São Paulo, no final de 2021, e - após uma segunda temporada na capital paulista em 2022 - volta a cartaz, desta vez para circular em turnê pelo País no decorrer deste ano.
Com a luta contra o alcoolismo como tema central, a peça tem dramaturgia de Michelle Ferreira e, além das histórias do livro, conta com outras histórias fictícias e reflexões pessoais de Marisa. "O texto é bem sério, mas tem humor; emociona, mas é repleto de pitadas cômicas. Este foi um pedido da Barbara, que usou deste mesmo bom humor para escrever sobre seus mais de 30 anos de dependência do álcool e suas consequências, comenta a atriz. "Ela foi uma grande fonte de pesquisa para a gente, que usávamos termos e figuras de linguagem não adequados, como 'vício' - que na língua portuguesa tem conotação negativa de dependência - entre outros", revela a estrela do espetáculo.
"Ao longo do roteiro, surgem momentos mais confessionais que se misturam com situações informais. Há uma série de texturas nesta montagem, a personagem passa por muitas mudanças de ânimo", emenda. Segundo Marisa, a autora do livro fez questão de que fosse assim, porque a bebida também "está perto da alegria". "Além de uma vida cheia de festas, Barbara também comemora a a alegria de estar há 15 anos com a dependência controlada, e este é um final feliz", reflete a estrela do espetáculo. "Mas é (um tema) tocante", pondera.
Definindo este seu primeiro trabalho solo como uma "peça punk e pop", Marisa Orth conta que o processo foi "bem desafiante". "Aliás, sempre é! Só que no caso de um monólogo não tem 'onde' se agarrar", comenta a atriz, destacando que sempre gostou muito de contracenar com outras pessoas, mas que está feliz com a atual proposta. A autobiografia da escritora e jornalista, que expõe de peito aberto um tema de sua vida - que é tabu até hoje para muitas pessoas - ganhou novos contornos, pontua. "Durante o espetáculo, existem momentos em que falo diretamente com a plateia, outros em que volto para a quarta parede, daí vem a Bárbara do livro, depois surge a Marisa... Há histórias tragicômicas, de festas, de clínica, em um universo ora realista, ora abstrato. Enfim, é tudo bem dinâmico e animado."
Além de Marisa Orth, o palco é ocupado também pelo ator e diretor de movimento Fabricio Licursi, que faz a contrarregragem do espetáculo. Apostando em recursos cênicos simples e no jogo com a plateia, a peça apresenta uma encenação limpa, privilegiando o trabalho de atriz, o que exigiu de Marisa um trabalho de composição corporal que "explora coisas" que ela afirma sempre ter desejado fazer. "E, mesmo assim, é simples, é uma 'contação' de uma história que a gente achou relevante e que nos inspirou a criar uma outra história, dando forma à essa 'nova' Barbara ficcional", avalia.
O espetáculo conta, ainda, com assistência de direção de Mayara Constantino; direção de Arte de Gringo Cardia, figurinos de Fause Haten, visagismo de Eliseu Cabral; design de luz de Guilherme Bonfanti, cenografia de Anna Turra; trilha sonora original de André Abujamra, e efeitos especiais de G2 FX/ Rick Passos; entre outros.