Escritor Salman Rushdie é esfaqueado no pescoço em Nova York, diz polícia

Rushdie é perseguido por autoridades iranianas desde a publicação de "Os Versos Satânicos"

Por Folhapress

In this file photo taken on September 13, 2016, British writer Salman Rushdie speaks during the opening day of the Positive Economy Forum in Le Havre, northwestern France. - Rushdie, whose controversial writings made him the target of a fatwa that forced him into hiding, was stabbed in the neck by an attacker on stage Friday in western New York state, according to New York State Police. The attacked is in custody. (Photo by CHARLY TRIBALLEAU / AFP)
O autor anglo-indiano Salman Rushdie, foi atacado nesta sexta-feira (12) quando se preparava para dar uma palestra em uma organização beneficente em Nova York, nos Estados Unidos.
Um homem invadiu o palco e esfaqueou o escritor de 75 anos no pescoço, segundo nota da polícia à BBC. O autor, que recebe ameaças de morte do Irã desde os anos 1980, caiu no chão, foi socorrido e levado ao hospital de helicóptero.
Rushdie, um dos maiores escritores de sua geração, é perseguido por autoridades iranianas desde a publicação de "Os Versos Satânicos", de 1988, romance de fantasia considerado ofensivo a Maomé e à fé islâmica.
À época da publicação do livro, o aiatolá Khomeini defendeu que o escritor fosse assassinado, e a perseguição foi mantida em vigor pelas mais altas autoridades religiosas do país em 2005.
Desde o episódio envolvendo este que segue como seu livro mais célebre -e que rendeu um atentado fracassado contra sua vida em 1989-, Rushdie vive sob guarda policial no Reino Unido, onde leciona desde a juventude.
O autor nascido em Bombaim venceu o Booker, principal prêmio da língua inglesa, por "Os Filhos da Meia-Noite" em 1981, e tem entre seus outros romances mais famosos "O Último Suspiro do Mouro" e "Oriente, Ocidente". Ele é publicado no Brasil pela Companhia das Letras.
Sua obra é marcada pela exploração fantástica das tradições religiosas e culturais de diversas civilizações espalhadas pelo mundo, sempre com um estilo afiado e sem concessões.
Durante o lançamento de seu livro mais recente, "Quichotte", do ano passado, ele deu entrevista a este jornal defendendo a reconstrução de verdades objetivas pelo jornalismo em um mundo cada vez mais conduzidos por narrativas e crenças subjetivas.