Fuso horário é mesmo um diferencial?

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Três perguntas e três respostas com Erran Carmel, especialista americano em desenvolvimento global de
software da American University de Washington.
1 - Por que o senhor veio ao Brasil?
Erran Carmel - Estou realizando, em conjunto com o professor da Pucrs Rafael Prikladnicki, o primeiro estudo no País sobre a influência do fuso horário na prestação de serviços de terceirização de desenvolvimento no Brasil. Comecei a pesquisar o desenvolvimento global de software em 1999, no início da onda de offshore outsourcing, e desde 2002 estou focado na questão dos horários, um dos aspectos mais importantes da organização desse tipo de processo.
2 -  O fuso brasileiro é realmente um diferencial?
Carmel - Países em fusos horários tão diferentes como Brasil, Índia e Nova Zelândia apregoam seus respectivos fusos horários como um diferencial competitivo. Nossa ideia é ver até que ponto isso funciona na prática no Brasil, visitando empresas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. A melhor abordagem é entender como o fuso influencia e como lidar com isso, não fazer do assunto um dogma.
3 - O conceito follow the sun se aplica na prática?
Carmel - Desenvolver software sem parar, 24 horas por dia, é bastante complicado. Em 10 anos de pesquisa eu nunca vi uma organização executar o conceito na sua totalidade. O mais comum é ter um time desenvolvendo numa parte do globo e outro testando, ou usar o conceito em atividades de suporte e help desk. Para os profissionais, mesmo numa mesma locação, com um colega ao lado, a experiência não é boa. Parte da graça de escrever código é que é uma obra individual do programador, não é mesmo?
Começa o canal SAP no Sul
Acaba de ser formada em Curitiba a TIP Consulting. É o primeiro canal de venda de ERP da SAP cadastrado pelo gaúcho ITS Group, nomeado em fevereiro Master VAR exclusivo da multinacional para a região Sul. Até o final do ano, devem ser anunciados outros 15 parceiros, incluindo desde consultores que possam indicar negócios até revendas independentes, passando por companhias focadas em hardware. Formada por ex-executivos da franquia Datasul do Paraná, a TIP tem tudo para causar estrago na base da companhia catarinense na região. A meta é três clientes até o final do ano. É a SAP indo com tudo.
N&L aposta em RFID
A N&L Informática, de Caxias do Sul, está trabalhando em um case-piloto de suas novas aplicações de gestão comercial para RFID. Incentivada por verbas de R$ 500 mil a fundo perdido do Finep, a pesquisa visa a colocar no mercado um sistema de automação comercial com identificação automática usando as etiquetas de radiofrequência. Isso permitiria passar as compras no caixa sem tirar elas do carrinho - para dar um exemplo que sempre se usa ao falar de RFID - mas também ter grandes ganhos no controle de perda e distribuição. A solução deve estar no mercado já em 2011.
Pac-Man comeu produtividade
Imagino que a maioria dos leitores da coluna passou algum tempo na semana passada jogando Pac-Man no logotipo do Google. Pois saibam que, de acordo com um levantamento da RescueTime, empresa voltada à otimização do tempo gasto na internet, foram 4,8 milhões de horas de trabalho passadas no joguinho no único dia em que ele esteve no ar. Enfim, quem não conferiu pode jogar aqui: www.google.com/pacman.
Social
Líder em servidores, a IBM viu a HP ser a 1ª em vendas no primeiro trimestre. Clientes da Big Blue preferiram segurar investimentos e esperar os novos lançamentos previstos.