Cresce consumo de vinho no Brasil

Por JC

afonso hamm
Com uma carga tributária muito menor, os vinhos importados, principalmente da Argentina e do Chile, entram com força e ampliam seu espaço no mercado brasileiro. O presidente da frente parlamentar da uva, vinho, espumantes, sucos e derivados, na cadeia produtiva da uva, deputado federal gaúcho Afonso Hamm (PP), que finaliza assinaturas para reinstalar o grupo na Câmara, disse ao Repórter Brasília que "hoje, em cada dez garrafas de vinhos finos consumidos no Brasil, nove são importados".
Dobra o número de consumidores
A boa notícia, comemora o parlamentar, "é que houve um incremento de consumo de vinho no país, e nos últimos dez anos nós dobramos o número de consumidores de vinhos no Brasil". Outro ponto positivo, argumenta Hamm, também está aumentando o consumo per capita por habitante no país. "Estamos com 45 milhões, 50 milhões de consumidores de vinho, um belo potencial de consumo; então está havendo espaço para o vinho nacional e para o vinho importado."
Importados com menos tributos
O problema, aponta o deputado Afonso Hamm, "é que nos vinhos do Mercosul com a alíquota zero, há uma carga tributária muito inferior à nossa. A carga tributária no Brasil está na faixa de 52%, e a carga tributária deles está na faixa de 20% a 25%. Então, temos o dobro de carga tributária. Com a alíquota zero do Mercosul, que na importação não tem alíquota, eles acabam sendo favorecidos. É desigual a competição, porque a gente busca uma capacidade competitiva".
Redução do IPI
"A redução da carga tributária é o caminho para que possamos competir em igualdade no mercado. No que diz respeito à qualidade, o vinho brasileiro hoje está pronto para competir em qualquer mercado", atesta Afonso Hamm (foto). O congressista pontua que "as vinícolas que têm um faturamento de R$ 4,8 milhões hoje tributam pelo simples, aí elas tiveram uma carga de redução média de 25% a 30%, mas as grandes vinícolas não foram inseridas. Então, temos um espaço para trabalhar, que é a redução de IPI, que é sobre o produto extraído".
Reforma tributária
A reforma tributária pode viabilizar uma solução para o problema. Afonso Hamm explicou que o setor, através do presidente da Uvibra, Daniel Panizzi, e de Adriano Miolo, duas lideranças do setor, fará uma reunião com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma tributária, para expor as dificuldades do excesso de tributação que o setor enfrenta. "Já fiz contato, vamos definir a agenda para apresentar a situação a fim de que não haja surpresas no texto da reforma tributária. As lideranças do setor de uvas e vinhos, juntamente com a frente parlamentar, vêm fazendo reuniões no Congresso e no governo em busca de viabilizar um caminho que deixe o produto brasileiro no mesmo nível de competitividade que os demais produtos oriundos dos países do Mercosul e do Chile".
Vinho da Patagônia Argentina
Em evento realizado em São Paulo, esta semana, foram apresentadas aos brasileiros as principais vinícolas da região da Patagônia Argentina, Extremo-Sul da América Latina, que é referência no mercado do vinho. Uma das maiores vinícolas da Patagônia, responsável por 25% de toda a produção da região, tem o Brasil como principal destino de exportação. São 15 mil caixas ao ano. A meta é aumentar para 40 mil.