Privatização da Petrobras

Por JC

Marcel van Hattem
Não há argumento que convença o presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição, que o governo, apesar de ser sócio majoritário, não pode interferir politicamente na Petrobras. De todas as formas, na busca de abrir espaço para tentar subir novamente a rampa do Palácio do Planalto, o presidente tenta interferir nos rumos da estatal, com subterfúgios para baixar os preços dos combustíveis. Essas tentativas de controlar a empresa de petróleo brasileira vão desde a troca de vários presidentes até a convocação da tropa de choque de apoio no Congresso Nacional, liderada pelo presidente Arthur Lira (PP), com a força do Centrão, abrindo espaço em todas as instâncias, e Bolsonaro utilizando os microfones e redes sociais, tentando convencer, com argumentos de que suas ações estão corretas, nem que para isso se modifiquem todas as regras legais, aprovadas pelo Congresso Nacional.
As regras são claras
O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, esclareceu aos deputados da base aliada do governo, na Câmara dos Deputados, que, "é fundamental deixar muito claro para todos que o governo federal não tem como interferir na política de preços da Petrobras". O titular da pasta acrescentou ainda que "normativos legais, atualmente, impedem qualquer intervenção, de quem quer que seja".
Focado na privatização
Conversei, na manhã desta quarta-feira, com o deputado federal gaúcho Marcel Van Hattem (Novo, foto), defensor da privatização, e que está proferindo uma série de palestras, nos Estados Unidos, e ele foi claro: "Tem que privatizar a Petrobras e quebrar o monopólio do refino". Trabalhando na frente do livre mercado pela queda de direitos de preferência da Petrobras e aprovação da partilha, ele diz: "Se a gente conseguir isso, está ótimo".
Avanço do liberalismo
"A gente tem que trabalhar, neste momento de crise, para fazer o liberalismo avançar", afirmou o deputado Van Hattem. "Entendo que é um bom momento, porque está muito claro que a Petrobras está virando refém de governo num momento de crise como esse." E segundo o parlamentar, "a Petrobras ainda é uma empresa extremamente ineficiente, perto da concorrência internacional".
Fenômeno brasileiro
Van Hattem acrescenta: "A gente não pode esquecer que esse é um fenômeno bem brasileiro, é uma empresa estatal. Estou nos Estados Unidos, e aqui também os preços dos combustíveis dispararam; é no mundo todo, é uma crise de demanda pela pandemia e por causa da guerra na Ucrânia".
Caminho da privatização
Afora o momento eleitoral, o deputado Van Hattem espera que após as eleições a Petrobras siga o caminho da privatização. "A gente vai trabalhar muito para isso. O melhor seria que a privatização fosse logo. O problema é que os efeitos de uma privatização não são sentidos no curto prazo. A privatização da Vale, por exemplo, que hoje é uma das empresas mais valiosas, mas os efeitos da privatização dela não foram sentidos de imediato", argumentou. "Uma privatização promovida agora, pode ser vítima de um corporativismo e populismo", avaliou o deputado Marcel Van Hattem.