Auxílio Brasil

Por JC

Deputado Heitor Schuch
Um estudo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) diz que 2,8 milhões de famílias estavam na fila de espera do Auxílio Brasil em abril. Segundo o Ministério da Cidadania, o benefício foi zerado em janeiro deste ano, logo após o governo transformar o Bolsa Família em Auxílio Brasil, mas a fila de brasileiros à espera do auxílio voltou a crescer.
Voltam as filas
O estudo da CNM mostra ainda que o número de famílias que poderiam estar recebendo o Auxílio Brasil, que é próximo de 3 milhões já em março, teve um aumento de 25%. Com isso, 1,3 milhão de famílias foram para a fila tentar minimizar a falta de alimentos à mesa.
Cortes de orçamento
O problema, segundo parlamentares, é a crise que vive, não só o Brasil, mas o mundo todo: Guerra na Ucrânia e pandemia. "Os pobres foram os mais prejudicados, e a crise, como um todo, com falta de recursos e o consequente corte de orçamento, agravou a situação da fome."
Só mudança de nome não resolve
"O governo (Jair) Bolsonaro (PL) mudou o nome de muitos programas, como o Bolsa Família para Auxílio Brasil, e assim por diante", afirmou o deputado federal gaúcho Heitor Schuch (PSB, foto), acentuando que "só mudando o nome não vai resolver o problema da fome, que se agrava a cada momento; eu temo que essa fila aumente fortemente nos próximos meses".
América Latina com fome
O parlamentar alerta que a fome não está crescendo só no Brasil. "Tenho visto os relatórios do Parlasul, e o que se constata é que a América Latina está com fome. Os números do mundo não são muito diferentes." Na avaliação de Heitor Schuch, "a pandemia veio para melhorar a condição econômica de quem estava bem e piorar de quem não estava bem".
Classe média descendo degraus
Na opinião do congressista gaúcho, "a classe média desceu alguns degraus, o que complica, porque é a classe média que faz doação de alimentos, é a classe média que mantém muitos programas sociais, entre outras coisas". Para Heitor Schuch, "o governo não precisava ter mudado o nome, não deveria ter tirado o dinheiro que tirou, porque os programas hoje estão com muito menos recursos".
Orçamento original
Na visão do deputado, "se o governo não mudar essa política, vamos ter aumento dessa fila, vamos ter mais gente pedindo ajuda para sobreviver". Um caminho, segundo Schuch, é o governo voltar para o orçamento original, repondo o que foi cortado. "Garantir esses programas que já estão estruturados, e as pessoas já sabem como funcionam. Um exemplo é o programa de merenda escolar, é um programa antigo, mas as pessoas sabem como funciona, não é preciso reinventar a roda."