Setor desrespeitado

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A agricultura e a pecuária vão continuar tendo dificuldades na próxima legislatura. A previsão é do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP), segundo entrevistado da série sobre a nova bancada gaúcha no Congresso Nacional. “As demandas sempre existem e a ideologia é um problema sério. Sempre tem alguém trabalhando contra a agropecuária. O setor corresponde a 80% do superávit na balança comercial e mesmo assim não é respeitado.” Heinze, que foi o deputado federal mais votado no Rio Grande do Sul, também acredita que o setor vai sofrer resistência do Executivo. “Tem gente que está dentro do governo que resiste. Mas é uma discussão que sempre vai existir.” O deputado gaúcho, que está entrando no quinto mandato, fica fora da disputa pelo Ministério da Agricultura. O atual ministro, Neri Geller, está disputando com Kátia Abreu o comando da pasta. “Essa é uma disputa do PMDB. Se Aécio Neves (PSDB) tivesse ganho as eleições, eu estaria disputando, articulando o cargo.
Voto fidelizado
Heinze acredita que a defesa da agropecuária lhe rendeu o primeiro lugar nas eleições. “O forte da minha votação é o voto fidelizado, mas nem tanto partidário”, disse. Ele foi reeleito pela quarta vez depois do mandato com a sua maior vitória: o Código Florestal. “Nesses 16 anos, foi o assunto mais importante. Metade do arroz no Rio Grande do Sul estava proibido de plantar. Quase 100 mil propriedades poderiam fechar as portas. Agora, o assunto está resolvido. Também tem a questão do fumo, que para ele, é sempre complicada. “Há uma parte do governo, ligada à saúde, que se depender deles não se planta mais fumo.”
Curta
O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Gilson Dipp disse que ficou surpreso com as críticas ao decreto da Política Nacional de Participação Social. “Os dispositivos regulatórios do decreto não interferem de maneira nenhuma no processo eleitoral. É essa a preocupação das duas Casas? Se for essa, não se preocupem.”