Menor desigualdade

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Dos 10 municípios brasileiros com melhor distribuição de renda, oito são gaúchos.  Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, responsável pelo índice Gini, que mede distribuição de renda, apontou São José Hortêncio como a cidade brasileira que melhor distribui os recursos entre os seus cidadãos. O terceiro lugar ficou para a cidade de Alto Feliz. O quarto lugar para São Vendelino, o quinto para Vale Real, o sexto para Santa Maria do Herval, o sétimo lugar para Campestre da Serra, o oitavo para Tupandi e o décimo lugar ficou com Morro Reuter. Nesses oito lugares, a diferença entre o que o mais rico e o mais pobre ganham não passa de quatro vezes. No Brasil, são 22 vezes.

Tudo pode acabar 

De acordo com o prefeito de São José Hortêncio, Clóvis Schaeffer, não há receita para ser ensinada. “É uma questão de características da população. A região toda tem um nível de desigualdade pequeno, todo mundo classe média, não há favelas”, disse. Apesar disso, o município tem incentivos para proteger as pessoas em situação vulnerável. “Há políticas indutoras para melhorar esses segmentos, mesmo que eles sejam meia dúzia de pessoas”. Mesmo assim, Schaeffer admite que um dia a igualdade possa se perder. “Se tivéssemos grandes fazendeiros ou grandes empresas, perderíamos isso”. 

Modelo replicável

Os municípios com melhor igualdade de renda estão concentrados na mesma microrregião, entre a Serra Gaúcha e o Vale do Caí, perto da Região Metropolitana de Porto Alegre e das cidades industriais da Serra. É lá que se concentra 80% do PIB gaúcho. Além disso, as cidades menos desiguais do Brasil têm uma boa parte da população empregada na pequena agricultura ou em pequenas empresas que vendem para grandes consumidores: a população da metrópole e as indústrias da Serra. Essas cidades também têm um índice educacional elevado. De acordo com o ex-ministro do Desenvolvimento Agrário e ex-prefeito de Caxias do Sul, o deputado Pepe Vargas (PT), o modelo dessas cidades “é replicável”. “O apoio à agricultura familiar e à pequena empresa, sem esquecer dos grandes, fortalece a atividade econômica. Essa região com baixa desigualdade é parecida com o Norte da Itália, onde os pequenos e grandes convivem”.
Merenda sem reajuste
Prefeitos gaúchos têm mais uma preocupação com o orçamento municipal. Há quatro anos, o governo federal não reajusta o valor da merenda escolar. “Isso tem feito com que diminua a qualidade da merenda escolar e que prefeitos contestem a decisão correta de comprar 30% de produtos orgânicos dos pequenos produtores do País”, comentou o deputado José Stédile (PSB). No Rio Grande do Sul, 944,9 mil alunos recebem R$ 60,9 milhões por ano em merendas. O valor que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação repassa por aluno por dia é de R$ 0,30.
Curtas
O deputado Afonso Hamm (PP) irá receber, nesta segunda-feira, o título de Honra ao Mérito ao Bageense, na Câmara de Vereadores de Bagé. A proposta é do vereador Antenor Teixeira (PP).
O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma auditoria no Hospital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e constatou que foram realizadas compras sem licitação sem justificativa, além de compras de produtos com o preços acima dos praticados no mercado.