A farra do seguro-desemprego

Por

O diretor do Sindicato das Indústrias da Alimentação de Bento Gonçalves (RS), Mauro Gasperin, levantou um problema que tem preocupado os empresários brasileiros: a “farra” do seguro-desemprego. Segundo ele, do jeito que está, o benefício acaba criando um contingente de trabalhadores informais que fica vivendo de “bicos” de seis a oito meses sem buscar empregos e coletando o benefício, assim prejudicando a contratação e a fidelização dos trabalhadores. São pessoas que, segundo o empresário, “provocam” a própria demissão “através de faltas, atestados, mau comportamento, insolência, provocações”. De acordo com Gasperin, depois da demissão, o trabalhador ainda recebe uma indenização de 30 dias ou mais, dependendo do tempo que ficou empregado, vai poder sacar o FGTS, receberá o seguro-desemprego e poderá fazer bicos, “prejudicando assim os propósitos do programa do governo e as empresas pela escassez de mão de obra, encarecendo os custos com a grande rotatividade”.
Só depois de quatro meses
Para resolver isso, Mauro Gasperin propõe que o benefício só possa ser sacado quatro meses após o desligamento do empregado. Esse intervalo serviria para que o demitido buscasse um novo emprego. Explica que assim se chegaria ao pleno emprego, que “gera menor demanda de seguro-desemprego, otimizando a aplicação dos recursos públicos, gerando maior produção, arrecadação de tributos de toda ordem, maiores ganhos, mais consumo, movimentando a economia do País e a geração de riquezas, tornando-se assim um círculo virtuoso”.
Indústria do benefício
O deputado Luiz Noé (PSB-RS) concorda que o seguro-desemprego virou uma indústria. Disse que “a realidade econômica do País hoje é outra, é diferente de quando foi criado. Atualmente, existe muita gente fraudando”. Luiz Noé afirma que o novo Programa Nacional de Ensino Técnico já está prevendo esse dispositivo. “A pessoa que perde duas vezes o emprego vai passar por um curso técnico ajustado à sua realidade.” Segundo ele, o que pode mudar agora é que o programa “obriga quem perdeu o emprego duas vezes a passar por cursos após serem avaliados os motivos”. Exemplifica: um caminhoneiro, por exemplo, por problemas de saúde, sai da empresa. Quando volta, o caminhão é outro, mais moderno, e ele não tem nem condições de conduzir. Para Noé, os cursos devem priorizar as indústrias presentes nas regiões. “Em Cruz Alta, o grande índice de desemprego é na construção civil. Já em Panambi e Marau é o metalmecânico. Esses cursos é que devem ter prioridade nestas regiões”, acentuou o deputado. Para o parlamentar, existem “malandros que só querem ficar em casa, trabalhando em outras atividades e, com isso, vão ganhando em dobro”.
Faixa de Fronteira e Mercosul
O deputado Frederico Antunes (PP-RS) participa hoje, em Rio Branco, no Acre, de reunião com deputados estaduais de todo o Brasil que estarão debatendo a renegociação da dívida dos estados. À tarde, Frederico tomará posse como coordenador do Grupo de Trabalho da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais  (Unale)  para elaboração de estudos, emissão de relatórios, pareceres e deliberações necessárias para o encaminhamento de assuntos e questões relacionadas à “Faixa de Fronteira e Mercosul”.