Em busca da pauta positiva

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O deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS), líder do governo no Congresso Nacional, que inicia o trabalho de articulador entre o Parlamento e o Palácio do Planalto, vem sendo assediado ininterruptamente nos corredores do Congresso. Todos buscam definições dos assuntos pendentes na extensa fila do governo. E para cada um fez um discurso diferente, mas conciliador. Mendes disse que tem expectativa da pauta positiva. “Estamos enfrentando uma crise séria e não tenho dúvidas de que mais séria que a passada no que diz respeito à questão econômica. É preciso que o Brasil continue trabalhando. Por enquanto - explicou a dois prefeitos gaúchos que buscam liberação de recurso federais –, o melhor é aguardar e tentar passar por essa crise nos Estados Unidos e Europa, que está assustando a todos.”
Prioridades até o final do ano
Para o deputado, as prioridades para os próximos meses no Congresso são: a micro e pequena empresa; acesso à informação pública; desvinculação das receitas da União; Lei Orçamentária; e o Plano Plurianual. O parlamentar anunciou que começa um intenso trabalho buscando atender todos os estados. “Farei reuniões com uma por uma das bancadas estaduais, para que possamos novamente colocar no orçamento suas obras principais com prioridade do PAC. A questão dos royalties, segundo Mendes Ribeiro (foto), é o início da reforma tributária. “É o debate que envolve todo o recurso municipal e estadual. É através de um novo movimento da questão tributária, com acordos entre governadores e municípios, que vamos resolver de uma vez por todas as questões pendentes de investimentos. Tenho até a honra de ter o senador José Pimentel (PT-CE) como meu primeiro vice-líder e ele, que também já foi ministro da Previdência, está fazendo um esforço muito grande para costurar esses acordos”.
Acesso à informação pública
O líder do governo enfatiza que “deixar de acelerar o acesso à informação pública é deixar de combater de fato tudo isso que está acontecendo. A única forma de buscarmos a transparência é termos uma política de transparência pública como um projeto de foco”. Trabalhando intensamente na aprovação do projeto de sua autoria, já aprovado pela Câmara, Mendes acrescenta: “Conversei com os senadores Romero Jucá (líder do governo) e Renan Calheiros (líder do PMDB) para que tenhamos a maior rapidez possível na votação do projeto, sem maiores alterações, e que vá de imediato para a sanção”.
Reforma política
Na opinião de Mendes Ribeiro, a reforma política é uma “coisa” que esse Congresso defende; defende, mas não faz. “Por que não faz?, questiona: Porque cada um tem a sua reforma. Querendo a reforma do todo não se vai a lugar nenhum. E sou contra a lista partidária. Mas se tivermos uma unificação do que seja a lista partidária, do que seja o voto popular, até podemos discutir.” Segundo Mendes, o importante agora é que a sociedade entenda qual o sistema político que “nós possamos querer para que o Brasil possa avançar. Parti do princípio de que a cláusula de barreira era a grande reforma política porque ali se diminuiria o número de partidos. Era mais fácil harmonizar”. Ele defende que a reforma política não entre em vigor agora. “Falar em 2012 é uma loucura. Para 2014 talvez tenhamos condições”, avaliou.