Planeta teve o trimestre mais quente já registrado

Relatório aponta piora da intensidade e das alterações climáticas

Por Bruna Suptitz

A woman fans herself to cool off in Seville on August 7, 2023. - Spain remains on high hot weather alert as it faces its third heatwave of the summer. The regions of Andalusia in the south, the central Castilla-La Mancha and Extremadura in the west were placed on an orange alert with temperatures expected to reach 43 degrees Celsius (109 Fahrenheit) today, according to the national weather agency Aemet. (Photo by CRISTINA QUICLER / AFP)
Após passar pelo julho mais quente da história, o Planeta Terra teve outro recorde quebrado e viveu o trimestre de junho, julho e agosto, quando é verão no hemisfério Norte, mais quente já registrado. Agosto foi cerca de 1,5°C mais quente que a média para o mês e temperatura média na superfície do mar foi de 20,98°C em todos os dias do mês, superando o recorde anterior, que era de março de 2016.
As informações são da Organização Meteorológica Mundial, vinculada à ONU, e do Serviço de Alterações Climáticas Copérnico. Em relatório lançado na quarta-feira, dia 6, as instituições apontam a piora da intensidade das alterações climáticas e na frequência das ondas de calor. Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o "colapso climático" começou.
Quando se fala de aumento da temperatura a referência é a temperatura média do planeta até a época chamada pelos cientistas de pré-industrial (entre 1850 e 1900). A partir de então, aumentou a emissão de gases poluentes devido ao uso de combustíveis fósseis na indústria, nos transportes e em outras atividades humanas.
Com a concentração desses gases na atmosfera intensifica-se o efeito estufa, que é o processo natural do planeta Terra para reter o calor necessário às condições de vida. Isso provoca o aquecimento da atmosfera e dos oceanos. Somado a isso, a temperatura média mais alta impacta as mudanças climáticas, que por sua vez provocam situações extremas dos fenômenos climáticos, como ondas de calor, secas e inundações. Além de mais intensos, estes casos se tornam cada vez mais frequentes.
Desde os anos 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior, o que deve continuar, informa a ONU. Aliás, todos os anos entre 2015 e 2022 alcançaram a marca de serem os mais quentes já registrados na história do planeta. No ano passado a temperatura média ficou 1,15ºC acima do que era registrada antes da era industrial - muito cedo para chegar tão perto da meta de manter o aquecimento em no máximo 1,5 ºC até o fim do século, medida considerada necessária para garantir condições de vida como as que conhecemos no planeta.