Prefeitura de Porto Alegre propõe medida para crise com contêineres

Uso adequado do equipamento dependerá de ações educativas e fiscalização por parte do poder público da Capital

Por Bruna Suptitz

Sem tampa, contêineres expõem descarte inadequado de lixo reciclável
Os contêineres de lixo espalhados pelas ruas de 18 bairros de Porto Alegre terão novas tampas, que serão soldadas à estrutura da base e terão mecanismos que dificultam o seu desprendimento. A informação é da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, por meio do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). A substituição será feita pelo consórcio de empresas responsáveis pela coleta automatizada de resíduos na Capital.
A medida é uma tentativa de coibir o furto das tampas de contêineres. À equipe da BandNews FM, na quarta-feira, o DMLU informou que desde o início do ano já foram roubadas 730 tampas - somente entre os dias 17 e 21 deste mês foram 60 casos, conforme o balanço mais recente divulgado pelo consórcio. "Destacamos que a falta de tampa não afeta a coleta, que ocorre normalmente", diz a nota. Até o momento, quase a totalidade das tampas foi recolocada, diz a prefeitura.
Outra medida do poder público que dialoga com a pauta é a repressão aos crimes de furto e receptação de itens furtados do mobiliário urbano, conduzida pela Secretaria Municipal de Segurança. Em 2023, até 23 de maio, a Operação Ferros-Velhos prendeu 17 suspeitos e interveio no funcionamento de quatro estabelecimentos comerciais do gênero. Denúncias podem ser feitas por ligação para o número 153.
Sem as tampas, o conteúdo dos contêineres fica exposto, o que provoca odor e atrai animais que podem transmitir doenças. A falta de tampa nos equipamentos expõe ao menos outros dois  

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Não é de hoje que os contêineres de lixo apresentam problema em Porto Alegre. Instalados em 2011 em alguns bairros centrais, os grandes equipamentos metálicos foram destinados a receber as sobras orgânicas e o rejeito (como o lixo de banheiro). A coleta é feita com um caminhão compactador com braços robotizados, que recolhe o lixo do container para cima da caçamba sem depender do trabalho dos garis. Essas são as diferenças do modelo de contêiner para o sistema de coleta domiciliar.
A proposta anunciada na época era retirar os sacos de lixo da rua e permitir o descarte 24 horas por dia. Inicialmente foram contemplados dez bairros. Mas, passados 12 anos, o serviço expandiu pouco: atualmente 18 dos 94 bairros de Porto Alegre são atendidos pela coleta automatizada, informa a página do DMLU na internet. Segundo a Secretaria de Serviços Urbanos, isso representa 20% do território da cidade.