Número de startups de varejo sobe quase 20% com demanda por soluções

Rio Grande do Sul responde por apenas 3% deste segmento no País

Por JC

Luciana aponta abertura de vagas, mas cita que mulheres estão em apenas 15% dos cargos executivos
A pandemia transformou o varejo, que depende cada vez mais de tecnologias digitais para falar, vender e atrair os clientes para novas conversões, termo que traduz o sucesso de compras no carrinho virtual. O efeito direto é sentido no segmento que desenvolve os meios para isso, liderado pelas startups, as retail (varejo, em inglês) techs.
Levantamento da Liga Ventures e PwC Brasil aponta que o número de novas empresas nascentes e com crescimento acelerado avançou 17,85% em 2021 e 2022, até julho, frente a 2017.
Estudo "A evolução das startups no setor de varejo", repassado à coluna Minuto Varejo, mostra que as retail techs que dominam o segmento são as de comunicação e relacionamento com o cliente (10,2%), criação/personalização de e-commerce (7,8%), gerenciamento de loja (6,7%), meios de pagamento (6,2%), análise de dados (5,6%), gestão de estoques (5,1%) e experiência do cliente (4,3%).
A ferramenta Startup Scanner rastreou 373 operações ativas, 63 novas em relação ao último ano da comparação na base de dados da ferramenta. Startups que fornecem soluções para empresas, o chamado B2B (business to business), respondem por 69% do grupo. São Paulo tem 52% das startups, seguido por Santa Catarina (10%) e Rio de Janeiro (8%). O Rio Grande do Sul concentra 3% das retail techs, sétima posição no País, e Porto Alegre fica em sexto lugar.
A pesquisa Global Consumer Insights Survey, liderada pela PwC, serve de termômetro da demanda, ao indicar que 70% dos brasileiros aumentaram as compras on-line na pandemia e 55% pretendem gastar mais nos canais digitais até o fim do segundo semestre de 2022.
"Esse empoderamento tecnológico alerta as varejistas sobre a necessidade de aprimorar a experiência do cliente com investimentos em omnichannel e personalização”, alerta a sócia da consultoria Luciana Medeiros, ao comentar os dados.
O perfil indica ainda que as categorias com maior crescimento desde 2017 são as retail techs de criação e personalização de e-commerce, gestão de estoque e experiência do cliente, diz a PwC. Mesmo com aumento, a consultoria diz que a expansão já foi maior.  Houve retração de novos negócios de frente a 2017.
"Das empresas ativas analisadas pelo estudo, 15% foram criadas em 2017, 11% em 2018, 8% em 2019, 5% em 2020, 3% em 2021 e 1% em 2022, o que pode nos revelar que o mercado caminha para uma possível consolidação”, avalia o especialista em varejo da Liga Ventures Diego Sanches.
Já as transações de fusão e aquisição movimentaram o segmento. Em 2021 e 2022, até julho, 15 startups foram adquiridas por 13 empresas como compradoras. Foram 53 transações desde 2017, movimentando US$ 1,47 bilhão. Cerca de 34% dessas operações foram em negócios de criação/personalização de e-commerce, cita Sanches.
O setor teve ainda aumento médio de 37% nas vagas de emprego, com abertura de 5,1 mil novos postos, diz o estudo. 
"É relevante ainda o fato de 24% das empresas terem tido um crescimento do número de funcionários em mais de 50%", observa Luciana, que lamentou um dado: "São apenas 15% de mulheres em posições de executivas nas empresas."