Carrefour começa a transformar hipermercados em atacarejos no RS

Unidades do BIG, uma em Porto Alegre e outra em Bagé, foram fechadas para reforma

Por Patrícia Comunello

Transformação já pode ser avistada em cartaz na loja de Porto Alegre
A maior varejista do Brasil, o francês Carrefour, começou a fazer a transformação de hipermercados BIG em atacarejos no Rio Grande do Sul. Sai de cena o modelo de autosserviço que entrou em ocaso, segundo muitos especialistas do setor, abrindo mais espaço para o formato que entrega mais retorno, com foco em mix e preço menores.
O plano do Carrefour também contempla migrar a antiga bandeira para Carrefour e Sam's Club.  Já parte dos hipermercados é negociada com a rede Asun.  
Duas operações do BIG, que foi do português Sonae até 2005, quando foi vendido ao norte-americano e maior varejista do mundo Walmart, que passou a bandeira junto com Nacional, Sam's Club e Maxxi Atacado ao grupo BIG, de fundos de investimento, em 2017, foram fechadas para reforma.
Em placa na frente do empreendimento na avenida Eduardo Prado, 330, no bairro Vila Nova, Zona Sul de Porto Alegre, o aviso é claro:
"Esta loja fechou para virar Atacadão". Também é indicada para o clientes fazerem as compras no BIG do Cristal, situado no BarraShoppingSul. O Atacadão foi precursor no formato, com volumes maiores, atendendo mercadinhos, lancherias e outros tipos de pequenos negócios e atraindo mais e mais consumidores finais. 
"A loja BIG da Zona Sul, no bairro Vila Nova, em Porto Alegre, e a de Bagé, foram fechadas em julho para as obras que vão converter essas duas lojas em Atacadão", explica o grupo, que passou a implementar as mudanças, imprimindo sua marca, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) dar o sinal verde para a aquisição, em maio.
Com as reformas, houve transferência de funcionários para outras unidades e demissão de trabalhadores que não puderam ser realocados por razões como a falta de vagas nas funções exercidas nas lojas de origem. "Podemos dizer que a decisão por rescisão de contrato só é tomada após uma série de análises internas", alega o grupo francês.
O negócio que aumentou o poder da operação francesa recebeu restrições, com exigência de venda de unidades devido à concentração. Foi negociado um Acordo em Controle de Concentrações (ACC), que prevê o desinvestimento de unidades do grupo BIG. Operações situadas em Gravataí, Santa Maria e Viamão estão na lista.