Crianças, adultos e monstros no clássico de Neil Gaiman

Por Jaime Cimenti

O oceano no fim do caminho - Ilustrado (Editora Intrínseca, 336 páginas, R$ 99,90, tradução de Renata Pettengill), de Neil Gaiman, um dos 10 maiores escritores pós-modernos vivos segundo o Dicionário de biografia literária, apresenta uma história sobre crianças, adultos e os monstros que os assombram. Publicada em 2013, a obra tornou-se best-seller mundial. Nova edição em capa dura, ilustrada pela artista plástica Elise Hurst, foi publicada pela Intrínseca há poucos dias.

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Lançamentos

A Convidada (424 páginas) e O Sangue dos Outros ( 224 páginas) primeiros romances da grande filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir foram lançados pela Nova Fronteira. Simone foi grande nome do feminismo e do ativismo político e a Nova Fronteira reeditará suas obras.
A Caturrita Americana (Joanin Editora, R$ 60,00, 80 páginas, inglês-português) do romancista Alcy Cheuiche, ilustrado por Jussara Heberle, traz os conhecimentos teóricos de empreendedorismo de Darling, a caturrita americana que passou pela escola natural Central Park e voltou ao sul do Brasil para ensinar aos pássaros do pampa idéias inovadoras.
Crises da República (Crítica-Planeta, 208 páginas) nova edição do clássico da grande filósofa Hannah Arendt, traz três ensaios escritos entre 1968-71, período marcado pelas lutas civis, movimento estudantil e Guerra do Vietnã. A autora fala de poder, de violência, do desvirtuamento da política pela imagem e de desobediência civil.

Walter Riso e as relações opressivas, tóxicas e abusivas

O amor é tema infinito e milenar e foi assumindo faces e características distintas ao longo da história da humanidade. Desde o mito de Aristófanes, que acreditava que a origem do amor, segundo antigas crenças gregas, teria sido a divisão do ser humano em dois, até modernas teorias sobre poliamor e do amor líquido conceituado por Zygmunt Bauman, visões sobre o amor pelas pessoas, artistas, filósofos, historiadores, cientistas, escritores e cineastas, entre outros, sempre exisitiram e seguirão a existir, ao lado da evolução da espécie. O amor a si mesmo, aos familiares, aos amigos, à arte, à religião, à fé e à ciência, além do velho amor romântico, sempre estiveram juntos com os seres humanos.
Amor ou Prisão? Como se proteger de relações opressivas, tóxicas e abusivas (L&PM Editores, 144 páginas, R$ 47,90, tradução de Sérgio B. Karam), do consagrado psicólogo cognitivo-comportamental italiano Walter Riso, é obra que se propõe a defender os conceitos de dependência e libertação afetiva e auxiliar as pessoas a entenderem o amor e se livrarem de relações que as anulem e prejudiquem. As ideias de Riso são bem atuais, nesses tempos tão repletos de incertezas, desamor, brigas, individualismo, solidão e narcisismo.
Riso é autor de best-sellers internacionais como Amores de alto risco, A arte de ser flexível, O direito de dizer não! e Maravilhosamente imperfeito, escandalosamente feliz e, após décadas de experiência clínica, nos brinda com uma obra com posicionamento filosófico-existencialista, estimulando os leitores a não serem obrigados a amar e mostrando as armadilhas mais comuns do discurso e das relações amorosas. Riso explica a importância de construir a própria felicidade, sem buscar inúteis "receitas de bolo", sem depender totalmente dos outros e desenvolvendo uma saudável independência afetiva.
O livro é dividido em quatro partes, baseadas nas quatro máximas "Se você ama, deve se escravizar", "Se você ama, deve ficar obcecado", "Se você ama, deve perder sua identidade" e "Se você ama, deve ter medo de perder seu parceiro". A primeira parte do livro trata de amar de forma livre, inclusive das amarras sociais. A segunda parte esmiúça a toxicidade que há por trás de pensamentos como "sou louco(a) por aquela pessoa". Na terceira parte, o autor explica a importância de amar preservando a própria identidade e individualidade. Por fim, na quarta e última parte, Riso mostra como também nas coisas do amor o medo é um mau conselheiro.
Para Riso, com suas conceituações, é possível criar um esquema mental libertador e construtivo que se oponha aos quatro pontos indicados: ao amor opressivo, oponho um amor livre; ao amor obsessivo, oponho um amor apaixonado, porém sereno; ao amor mesclado, oponho um amor com identidade pessoal; e, ao amor temeroso, oponho um amor corajoso.
 

A propósito

Em síntese, Walter Riso convida aos leitores a tomarem quando antes as rédeas de sua vida emocional, mesmo que fazendo parte de um casal. Ele convida os leitores a protegerem sua integridade física e emocional e a evitar angústias e sofrimentos desnecessários. Com o estilo eloquente que o caracteriza, Riso propõe a primazia do amor-próprio (para muitos o único amor eterno) e relações amorosas leves, livres e vitais, que não façam ninguém trair seus valores. Para Riso, melhor que o amor e as relações tragam alegria , liberdade de expressão, paz e saúde mental. É muito isso, em meio a tanta violência dentro e fora de casa.