Envolvente saga familiar na Europa do pós-guerra

Por

Jean Sasson se tornou autora de best-seller do New York Times graças à trilogia Princesa. Norte-americana nascida em 1947, Sasson é autora do famoso romance Mayada-Filha do Iraque e dos não menos conhecidos romances Amor em terra de chamas e Sob a sombra do terror. O filho de Ester, romance ora publicado no Brasil, é o primeiro romance histórico da autora e foi publicado nos Estados Unidos após a consagrada trilogia Princesa. A ação tem como cenário a Europa dividida pela Segunda Guerra Mundial e o desenvolvimento do drama político-militar do Oriente Médio. A narrativa inicia na Palestina, em 7 de janeiro de 1948, quando foi criado oficialmente o Estado de Israel, fato que consumiu apenas quatro meses. Árabes e judeus traçam uma batalha feroz por essa terra antiga e sagrada. Neste mesmo dia, dois eventos, o nascimento do segundo filho de Joseph e Ester Galé, e a morte dos irmãos de George Antoun em um ataque das forças militares israelitas em Porta de Haffa, mudarão a vida de três famílias para sempre. Joseph e Ester perderam quase todos seus entes queridos no holocausto, que abalou profundamente a outrora vibrante comunidade judaica europeia. Sobreviventes de um dos mais sangrentos episódios do século XX, o casal foi para o Oriente Médio em busca do sonho de viver em um Estado Judeu. Durante a árdua batalha pela cidade de Haifa, George e Mary Antoun fogem do único lar que conheceram, a Palestina. Sem permissão para voltar para casa mesmo após o fim da guerra, o casal é forçado a criar seu filho, Demetrius, na imundície de um campo de refugiados em Shatila, em Beirute, Líbano. Enquanto árabes e judeus brigam pelo controle da Terra Santa, a vida do ex-oficial da SS Friedrich Kleist é assombrada por pesadelos das atrocidades testemunhas por ele quando servia como guarda no Gueto de Varsóvia. Eternamente atormentado ele busca conforto no fato de sua filha, Christine, ser enfermeira voluntária no meio do conflito árabe-israelense. O cruzamento das histórias dessas famílias feridas pela guerra se une em um romance inesquecível, marcado por tragédia, esperança e renovação. Não por acaso o livro mereceu elogios calorosos do Booklist, do Publisher´s Weekly e do USA Today. Sasson mesclou bem acontecimentos históricos verídicos com dramas familiares fictícios. Best Seller, tradução de Patrícia Azeredo, 488 páginas, mdireto@record.com.br

Lançamentos

  • Minha religião, do genial Liev Tolstói, autor de Guerra e Paz, fala de sua frustração e perplexidade após ter descoberto o que considera o real significado da moral cristã. Denuncia a hipocrisia e as contradições de uma sociedade que se baseia em formalidades e cerimônias. Uma sociedade hostil, corrupta, violenta e materialista. A Girafa, 256 páginas, www.artepaubrasil.com.br
  • Festa, religião e cidade - Corpo e alma do Brasil, da professora doutora Léa Freitas Perez, com apresentação de Juremir Machado da Silva, revisita, com profundidade, o Brasil da festa, das cidades e da religiosidade e estabelece o vínculo dos três elementos para a vida em sociedade.
Medianiz, 208 páginas, contato@medianiz.com.br
  • Boas-vindas à Filosofia, de Marilena Chauí; Amor e desejo, de Homero Santiago, e Percepção e imaginação, de Silvia Faustino de Assis Saes, são ótimos livros de iniciação, da Coleção Filosofias: o prazer de pensar. WMF Martins Fontes, 72, 78 e 56 páginas, www.wmfmartinsfontes.com.br
  • Os sete enforcados, do russo Leonid Andreiev, é um clássico da literatura do século XX e discute o sentido da vida a partir do cárcere. Homens e mulheres condenados à forca esperam o fim iminente. A morte é o principal personagem.Organização e apresentação de Fernando Sabino. Rocco, Jovens Leitores, 168 páginas, www.rocco.com.br
  • E palavras...

    Verão 2012
    Depois de mais um veraneio composto basicamente de oito fins de semana, com tem ocorrido nos últimos tempos, é hora de fazer o balanço das ondas. Papo repetido, mas necessário: entra temporada, sai temporada, os proprietários de imóveis do Litoral pagam o IPTU e outras taxas e despesas e pouco ou nenhum retorno é apresentado. O dinheiro arrecadado, tanto quanto se sabe e, ao que parece, não se transforma nem em escolas, hospitais, postos de saúde e obras para a comunidade necessitada. Os vigilantes das questões ambientais seguem, pelo visto, com suas posições radicais e, na beira da praia, sequer uma leiva de grama pode ser plantada. Já não falo em arbustos, coqueiros ou vegetação litorânea. Em outras cidades no Brasil, Rio de Janeiro, por exemplo, e, no exterior, há plantio de espécies adequadas. Por aqui a defesa intransigente das “dunas” e de sua “fauna”, nos oferece, ano após ano, uma paisagem pior. Os bares, restaurantes, supermercados, quiosques e similares e os prestadores de serviço seguem com a história de que precisam faturar tudo em dois meses, colocam preços altos demais e aí as coisas se complicam. Muitas pessoas compram o que precisam em suas cidades de origem, deixam de frequentar os locais públicos e o resultado não é bom para ninguém. Os condomínios salvam, ao menos por enquanto, uma parte da lavoura. Mas muitas pessoas tomam o rumo do Uruguai, praias de Santa Catarina e outras bandas. Para não dizer que não falei de flores, vale lembrar os papos, churrascos e jantares com os familiares e amigos, o convívio à beira-mar quando o vento deixa, as caminhadas, as caipirinhas, as espigas de milho e os pastéis e, acima de tudo, o desfile das mulheres mais bonitas do planeta, com suas curvas e esferas inigualáveis e achocolatadas bem à mostra. As gaúchas seguem como a grande atração dos verões. O sol tem inveja delas. Elas justificam os sacrifícios e as precariedades dos veraneios. Vale lembrar, de novo, a esperança de que as coisas melhorem, como, por exemplo, férias escolares até a metade de março, construção de deques para caminhadas na beira-mar, canalização, banheiros públicos decentes, segurança, limpeza, mais lixeiras, por aí. É preciso mais e melhor diálogo entre os moradores do Litoral e os veranistas. Será melhor para todo mundo. Vamos em frente! Tomara que a crônica do ano que vem seja diferente. Bom retorno! (Jaime Cimenti)

    E versos

    imagino uma criança

    a brincar
    as suas mãos conjugam o sonho
    e seus olhos a distância
    a mesma que julgamos impossível
    de alcançar
    porque há uma criança que brinca
    semeamos o poema
    verso a verso
    ao rigor das sílabas
    porque amamos as crianças
    deixemo-lhes como herança
    a liberdade de brincar
    a liberdade de sonhar
     
    porque abril é um poema
    que se pode escrever
    em todos os dias
    de todos os tempos.

    Xavier Zarco, em Viagem pelos livros, Escrituras, www.escrituras.com.br