Os bufês fora da lei

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Eu estava em viagem quando, pela internet, fiquei sabendo da anunciada fiscalização em Porto Alegre de uma lei que existe há tempos e ninguém cumpre. É a que estabelece regras para apresentação de bufês, determinando que os alimentos permaneçam cobertos. Quando se está com pressa e não se é adepto de fast-food, um bufê pode ser a salvação. O colunista não foge disso - ruim mesmo é ficar sem almoço.
O diabo é presenciar o encontro de dois ou mais conhecidos em frente àquelas dezenas de travessas, invariavelmente expostas a risos, gargalhadas, a uma eventual discussão e - claro - à saliva de entusiasmados circunstantes. Pior ainda quando se percebe que alguém vitimado por alguma dessas tantas viroses que frequentam nosso inverno não se importa de tossir repetidas vezes em plena fila, escolhendo aqui e ali o que irá degustar, enquanto disponibiliza aos demais os vírus que carrega em seu organismo.
No dia seguinte à leitura daquela notícia, após uma sessão de compras em Orlando, à meia-tarde restou-nos o recurso de almoçar em um restaurante da International Drive, conhecido pela variedade de seus bufês. Sobre cada um deles, uma placa de acrílico transparente permitia a visão das travessas, devidamente identificadas, repostas por funcionários com as mãos enluvadas.
Há pelo menos uns 20 anos, nos Estados Unidos é assim que funciona. Lembro da Souplantation, uma rede de restaurantes que conheci na Califórnia, especializada em deliciosas sopas (sim, fui lá várias vezes) e saladas. Bandejinha na mão, o comensal ingressa em um corredor e desfila ao longo dos bufês – cada travessa protegida pela cobertura de acrílico.
Nas inevitáveis praças de alimentação dos shoppings norte-americanos, o cliente vê os alimentos por uma vitrine e apenas comanda o que deseja - será servido por um funcionário.
Sei que o assunto parece um tanto chatinho, mas é mais importante do que se costuma pensar. O custo para os proprietários não chega a assustar e a tranquilidade compensa - alimentos protegidos não se deixam contaminar com facilidade, os clientes também.
FESTIVAL
Culinária tailandesa em dose dupla
Somente nesta sexta-feira e no sábado a chef Napaporn Buatchum, que comanda os banquetes da Embaixada Real da Tailândia no Brasil, vai preparar o jantar na cozinha do Bistrô do Sheraton, em conjunto com o chef Mauro de Souza. No total, 21 iguarias serão montadas nos bufês, de entradas a sobremesas. Entre elas, ovos temperados com açúcar mascavo e suco de tamarindo, Talay Priao Wan (filé de peixe empanado ao molho de ostra), Yam Nueca (foto), Pad Thai (massa frita de arroz com camarão), Khao Op Sapparod (arroz  com abacaxi), servido na casca da fruta e As Khu Tua Dam, uma espécie de sagu feito com feijão preto.
Um segundo espetáculo serão as figuras esculpidas em legumes, uma tradição tailandesa que trará ainda mais autenticidade ao jantar. O preço por pessoa: R$ 89,00 (+ 10%). Reservas são recomendadas - tel. 2121-6060. Estacionamento no Shopping Moinhos ou com os manobristas (R$ 15,00 por três horas) à frente do hotel.
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• A gente lembra um pouco de minicalzones ou de pão árabe. Na verdade, trata-se de Rap10, massa para tortillas (também em versões light e integral), que se recheia com o que tiver na geladeira.
• Em casa, fatiei pastrami finamente, misturei berinjela picadinha em conserva, queijo Minas esfarelado, reguei com muito azeite e aqueci em micro-ondas. Em uma frigideira, dourei cada disco de ambos os lados e recheei. Ficou bem legal, tem no Zaffari.
• Leitor José Luiz Garcia busca em toda Porto Alegre quem faça tartar de fígado de ovelha e carpaccio de coração de porco. Lamenta que, desde que residiu na França, não mais consegue satisfazer esses desejos. Se alguém quiser ajudar, até se poderia pensar em um evento beneficente, com venda de ingressos para assistir a um excêntrico gourmet desses à mesa.
• Sergio Zibetti - eis o nome do cozinheiro do Koh Pee Pee até então não identificado, que apareceu em uma foto publicada nesta página. Está na casa desde o começo.
• Spettus é uma churrascaria que nasceu em Recife e hoje conta com sete filiais em outras capitais nordestinas e duas em Buenos Aires. O dono é Julião Konrad, que de vez em quando aterrissa em Porto Alegre, para visitar o amigo Cesar Pacheco. O Nikko é o caçula da rede, voltado às culinárias japonesa e tailandesa.