Para ampliar a mamata

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Depois de os magistrados de todo o Brasil terem garantido no STF e no CNJ o direito de receber o auxílio-moradia (!) independentemente de ter casa própria, aposentados e pensionistas também poderão ser beneficiados. O valor individual mensal é cabalístico: R$ 4.377,73.
Na quinta-feira (16), a Associação dos Magistrados Brasileiros encaminhou ao Supremo uma petição a favor dos cerca de 3 mil juízes e desembargadores inativos no País. A peça será anexada à ação ajuizada no mês passado pela própria AMB quando garantiu a verba aos ativos. A decisão da habitual “essa-lentíssima” Justiça brasileira - chegou via rápida liminar concedida pelo ministro Luiz Fux. E foi, em prol dos interessados, altamente positiva.
De negativo é o cálculo oficial: os cofres públicos suportarão uma sangria anual de R$ 1.502.437.090 para atender, em todo o País, 16.400 magistrados e 12.200 promotores e procuradores ativos.
Pisando no freio
O Tribunal de Contas da União deixará para depois do segundo turno das eleições o julgamento de processo que analisa o possível bloqueio de bens da presidente da Petrobras, Graça Foster, por dano ao erário (US$ 792 milhões) na compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA).
A avaliação sobre a indisponibilidade do patrimônio da principal executiva da petrolífera foi interrompida há sete semanas por um pedido de vista do ministro Aroldo Cedraz, que - convenientemente para quem?... - não pautará o caso na sessão da próxima quarta-feira, a última antes do desfecho das eleições, no domingo.
Recado dado?
A nova Súmula Vinculante nº 339 do Supremo obriga juízes e tribunais de instâncias inferiores a seguirem a orientação de que “não cabe ao Poder Judiciário – que não tem função legislativa – aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia”.
Não seria um recado para o ministro Luiz Fux, signatário da decisão monocrática que concedeu o auxílio-moradia a 28.600 de pessoas que ocupam a ponta superior da pirâmide social?
Amor de político
Outro dia, respondendo a um repórter que lhe perguntou por que assumiu o Ministério da Pesca já que não era um especialista no assunto, Marcelo Crivella – candidato ao governo do Rio de Janeiro - olhou para a mulher, Sylvia, e respondeu:
– Como eu não entendo de pesca? Entendo. Olhe aqui minha sereia...
Presidente(a) mineiro(a)
Faltam só cinco dias.
Mas com convicção absoluta, a única coisa certa é que o próximo presidente da República nasceu em Belo Horizonte.
Mais celular do que gente
Há no mundo mais telefones celulares do que gente para usá-los. Número de aparelhos: 7,22 bilhões. Número da população da Terra: 7,19 bilhões de pessoas.
Cerca de 50% dos habitantes do planeta, no entanto, não têm celular algum. Os aparelhos se concentram nas mãos da metade mais bem aquinhoada.
 
Definição
“Delação premiada é, ao pé da letra, o que muitos policiais fazem quando avisam ao traficante de alguma operação de repressão ao movimento”.
(De uma notícia na “rádio-corredor” da OAB do Rio).
De olho no relógio
A Justiça Eleitoral anunciou que os primeiros resultados da eleição para a presidente serão divulgados depois das 20h. E como a votação nos estados mais populosos terá terminado três horas antes, é possível que a primeira parcial já defina a disputa. A regra não vale para os governos estaduais, que terão os números da apuração conhecidos logo depois das 17h.
Hidrofobia
Há raivosa hidrofobia política dos dois lados. Mas, ao insinuar que Aécio é bêbado ou drogado, Dilma entrou num terreno perigoso.
Lula, no passado, foi vítima dessa areia movediça. O jornal “New York Times”, em 2004, fez uma reportagem injusta, chegando a dizer que “o hábito de beber de Lula se torna preocupação nacional”.
Altas emoções
O “rei” Roberto Carlos recebe nesta semana um avião Gulfstream G280 zero, todo azul por dentro, ao preço de 20 milhões de dólares, inteiramente já pagos.
Como diz a música, “Quando eu estou aqui // Eu vivo esse momento lindo // Olhando pra você // E as mesmas emoções sentindo”.
Ministra de peso
Maggie De Block, a nova ministra da Saúde da Bélgica, pesa 130 quilos.
Mas cuidado com o que você acha a respeito dos que pesam demais, para não parecer preconceito com os obesos mórbidos! E sujeitar-se a uma ação por dano moral...
Ibopeana
Frase que vai se escutar muito, de hoje até segunda-feira da semana que vem: “Foi o erro da margem de erro.” Quem vai errar mais: Ibope ou Datafolha?
A conferir.
Poligamia legalizada
Os funcionários da cidade de Lombok, na Indonésia, terão que pagar uma taxa municipal de
1 milhão de rúpias (cerca de R$ 200) para ter mais de uma esposa. O governo local criou a lei na tentativa de diminuir a poligamia. A soma é considerada elevada no país asiático, já que o salário-mínimo é de 2,5 milhões de rupias (R$ 505).
A poligamia é legal na Indonésia (admite que cada homem possa ter até quatro esposas), mas é pouco comum neste país, onde a população é 90% de muçulmanos.
Banho individual ou coletivo?
Um pedido de vista suspendeu no TST na quinta-feira (16) um julgamento que envolve acaloradas discussões entre ministros – e conceituadas bancas de advocacia. A controvérsia: as grandes indústrias processadoras de alimentos podem colocar seus empregados (separados por sexo) tomando banhos coletivos de higienização, apenas com peças íntimas?
Os patrões alegam estar o procedimento previsto nas normas de barreira sanitária do Ministério da Agricultura. Os sindicatos dos trabalhadores avolumam ações na Justiça, alegando que o direito à saúde não pode ferir o direto à intimidade. A decisão dos 14 ministros da Seção de Dissídios Individuais criará jurisprudência no assunto.
A filha
Na última sexta-feira (17), a 3ª Turma Recursal da Justiça Federal do Rio de Janeiro adiou para novembro uma sessão de julgamentos e fez constar em ata que o adiamento era um protesto ao veto da presidente Dilma Rousseff. Motivo: a presidenta não estendeu à magistratura uma gratificação instituída para o Ministério Público da União, “carreira esta integrada pela própria filha da Presidente da República”.
Sem nominar, os juízes se referiam a Paula Rousseff Araújo Covolo, filha de Dilma e de Carlos Araújo.
Romance forense: A porca e a vizinha

Ronaldo Sindermann, advogado (OAB/RS nº 62.408)
Em uma audiência no Juizado Especial Criminal, o réu aceita a transação penal proposta pelo promotor de Justiça e pergunta ao juiz:
– Então quer dizer que eu não devo mais chamar a vizinha de porca?
– Exatamente! - responde o magistrado.
– Mas se eu quiser chamar uma porca de vizinha, não tem problema, né? - retruca o homem.
– Óbvio que não - arremata o magistrado, já denotando impaciência.
Então o homem se vira para a vítima e diz:
– Boa tarde, vizinha !
E vai embora.