Na Petrobras, economia de palavras e aumento de cargos

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Novo decreto enigmático da presidência da República remete a outro decreto de 19 anos atrás, para finalmente chegar-se à conclusão de que o número de membros nos cargos nas diretorias da Petrobras parece ser livre. Pelo menos na norma mais recente, não está estabelecido quantos são/serão os felizardos detentores dos cargos.
Publicação recente, no Diário Oficial da União, do Decreto nº 7.678 revela sobre a “alteração do Decreto no 2.988, de 12 de março de 1999, para excepcionar a Petrobras da aplicação do disposto no inciso I do caput do art. 1o do Decreto no 757, de 19 de fevereiro de 1993”.
Ou seja, à Petrobras não se aplicam mais as restrições do anterior dispositivo que estabelecia que “nas empresas públicas, nas sociedades de economia mista, nas suas subsidiárias e controladas, bem assim em quaisquer empresas sob o controle direto ou indireto da União, o número de membros da Diretoria, do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal será de, no máximo:
I - na Diretoria: seis membros, exclusive o diretor-presidente;
II - no Conselho de Administração: seis membros, inclusive o representante ou representantes dos acionistas minoritários; 
III - no Conselho Fiscal: três membros efetivos e igual número de suplentes, não computados os eleitos pelas ações ordinárias minoritárias e pelas ações preferenciais”.
A imprensa brasileira já registrou que o governo do presidente Lula transformou os diretores da Petrobras em verdadeiros xeques. Segundo documentos internos da estatal, os vencimentos dos executivos da empresa, nomeados para os cargos por indicação política, tiveram um aumento médio de 90% em quatro anos, num período em que a inflação acumulada (IPCA) foi de 28,16%.
Leia em www.espacovital.com.br a íntegra dos dois decretos.

Pistola aérea

Quinta passada (16),  num voo Goiânia-Belo Horizonte, da Azul, um policial civil esqueceu sua pistola no bolsão à frente da poltrona. Quando se deu conta, o avião já decolara rumo ao Galeão.
A arma foi achada por um passageiro, entregue à tripulação, e o caso foi parar na Polícia Federal.

Liberdade para morder

Jornalista Ancelmo Gois revela que um consumidor pagou R$ 2.501,89 (ou US$ 1.471,17) por uma passagem Rio-Porto Seguro (ida e volta), da TAM, comprada antecipadamente para março.
Ficou intrigado com o preço, porque, no mesmo dia, um amigo dele pagou R$ 2.512,60 (ou US$ 1.478) por um bilhete Rio-Frankfurt-Rio, da Alitalia, também para março.

Música e justiça

“São as águas de março fechando o verão / É a promessa de vida no meu coração.”
Este trecho da famosa canção de Tom Jobim foi usado pelo desembargador Marcelo Buhatem, do TJ-RJ, para condenar a Ampla, concessionária dos serviços de energia elétrica. A elétrica indenizará em R$ 5 mil uma cliente que, entre março e abril, ficou sem luz.

Pérolas: o mistério do monopsônio

No último concurso do TRF da 2ª Região para a magistratura federal, uma prova estabelecia que os alunos elaborassem uma sentença sobre o monopsônio. Muitos candidatos ficaram sem entender por que um juiz deveria saber tal coisa. A dúvida permanece até hoje.
Como a questão, de repente, pode pintar num Exame de Ordem, o Espaço Vital informa que o termo vem dos manuais de Economia do século XIX. O monopsônio é uma forma de mercado com apenas um comprador, chamado de monopsonista, e inúmeros vendedores. Na prática, a conjunção é difícil de ocorrer nos dias de hoje.
O monopsônio é um tipo de competição imperfeita, inverso ao caso do monopólio, onde existe apenas um vendedor e vários compradores.
Exemplos dessa desigualdade são encontrados, hoje em dia, no mercado de trabalho: poucos empregadores (ex: empresas de Comunicação e escritórios de Advocacia etc) sem poder absorver toda a mão de obra disponível. E, por isso, achatando os salários.

Escreva direito: divisão silábica

  • Voltemos aos exemplos anteriores. Em pai, ocorre a sequência vogal-semivogal (a – i), que se denomina ditongo decrescente, porque a partir da vogal decresce até a semivogal. Já em sé-rio, a sequência é oposta: semivogal-vogal, recebendo por isso a denominação de ditongo crescente. Por conterem apenas uma vogal, os ditongos não são separados.
  • Há tantas sílabas na palavra quantas forem as vogais: me-ni-na, pa-la-vra. Deve-se, no entanto, atentar para os encontros vocálicos em que certas vogais são consideradas semivogais. É o que ocorre nos ditongos e nos tritongos. Em pai, por exemplo, temos apenas uma vogal (a), já que o i, por não ter pronúncia clara de i, é considerado semivogal. O mesmo ocorre em sé-rio, em que o i é semivogal, porque sua pronúncia se produz sem clareza.
Na próxima terça-feira tem mais. Veja outras dicas em http://pauloledur.blogspot.com/

O contador de causos: encontro dos solteirões

Por Afif Simões Neto, juiz de Direito (RS)
   
Era um sábado. Em jantar concorrido, com a lauta mesa de líquidos e salgados em formato de bigorna, foram oferecidos finos mimos aos senhores Arcanjo Pedroso, Fulgêncio Costa, Laurentino Pinto e outras figuras exponenciais do celibato local.
Todos tinham passado incólumes todos esses anos pelos assédios cargosos da obstinada colméia feminina em trânsito, representada quer por mocinhas trocando as penas da asa-guia, quer por senhoras já alijadas do mercado romanceiro face ao perpassar do tempo.   
Durante o convescote vários oradores peroraram. O prático Epaminondas Nogueira, plumitivo hibernado e sócio jubilado do “Grêmio Literário Sou da Fuzarca”, expôs festejada tese de sua invulgar pena: “O casamento depois dos 40 como certeza de debilidade mental“.   
O ourives Florentino Azambuja, ainda sentindo os reflexos de recente exame de próstata pelo sistema antigo, enfatizou o caráter maçônico da reunião. Explicou que alguns solteirões que lá compareceram ainda relutam em adaptar-se à vida frugal que a condição encerra, torturando-os a indecisão de assumir de vez o exílio das paixões ou enrustir-se.
O amistoso coronel Vespasiano Fontoura, decano da Ordem dos Eremitas Convictos, subseção Rincão da Aroeira, viera de uma longa temporada de águas mornas e tangos de regalito. Ele criticou de forma veemente as dissidências dos antigos companheiros Ramão Pirapó e Adamastor Bezerra, ressalvando a possibilidade, ainda que remota, de uma digna atitude revisionista, o que seria aceita de bom grado pela plêiade improdutiva.
Garibaldino Pantoja, alto prócer do baixo espiritismo, após uma crise de gota que o deixou caminhando em rosetas, apresentou uma moção de desconfiança em relação ao surgimento do Clube das Andorinhas Atraiçoadas. Explicou que “há fundada suspeita de que essa novel entidade sofrerá em seu seio um desembarque em massa de balzaquianas à soga, algumas em situação de naufrágio”.   
Ao encerrar, o circunspecto pensador sulino Sérgio Turuno teceu loas ao ágape, sugerindo benzedura com brasa de coronilha e arruda-macho quando os confrades tiverem que se aproximar de solteirona bigoduda que não perde excursão ao Nordeste e é chegada a rendas, nervuras, tetéias e camafeus.