A um mês da efetividade

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Na avaliação do técnico Diego Aguirre, “em 30 dias o Inter estará bem”. Certo. Até lá terá enfrentado The Strongest (escrevo antes da estreia), Universidad (Chile) e duas vezes o Emelec, a segunda, no dia 18 de março. Depois, pela Libertadores, só volta a jogar em 16 de abril. Não se pode dizer que o time estará pronto tardiamente – no futebol, resultados rápidos são improváveis, em tese seriam inexigíveis –, mas não consigo ficar otimista com a possível trajetória colorada na competição.
Uma Libertadores fora do normal
A parceria é pesada, muito acima da média em 2015. Todos os representantes argentinos têm tradição na disputa, nenhum competidor promete facilidades. Entre os brasileiros, o Inter poderia se colocar no mesmo plano da dupla de Minas, que ainda não entusiasma. Tão precocemente, me atreveria a apontar como favoritos os times que se enfrentarão hoje (22h): Corinthians e São Paulo, um deles chega à final. São integrantes do grupo da morte, como vem sendo chamado, onde estão o atual campeão San Lorenzo e o Danubio, detentor do título uruguaio.
Sem time não tem jogo
Sou admirador da pessoa e da carreira de Felipão e considero que seu atual momento é o de pior de uma longa e vitoriosa trajetória. Ele parece ser magnânimo ao assumir a responsabilidade pelos fracassos do Grêmio, mas sabe perfeitamente que essa atitude não engana a ninguém. Não mesmo: sem time não tem jogo, sem elenco não tem time. Por mais laureado que seja o treinador, nenhum faz milagre. Só não poderia dar as costas ao campo, aos jogadores que ele escalou e à torcida que tanto o prestigiou. Perdeu o jogo e a compostura sábado, na Arena.
Fim da paciência
Há uma semana esta coluna advertia: a torcida e o próprio Felipão estavam esgotando suas reservas de paciência, face aos resultados em campo e às transações com os jogadores mais famosos, sem reposição adequada. A política realista da presidência não resistiria quando começassem os fracassos no Gauchão. Em apenas três dias, após duas vexatórias derrotas na Arena, desgraçadamente isso tudo se confirmou. Olhe o tamanho do problema: o elenco não tem jogadores, o clube não tem dinheiro e precisa contratar. A três meses do Brasileirão e a 40 dias da estreia na Copa do Brasil, o Grêmio não pode mais errar.
Começo inusitado
Que Gauchão é este? De 16 participantes, o Inter é o quarto, o Grêmio, o décimo. Dos 30 pontos que ambos disputaram até agora, somente a metade foi conquistada. Os colorados ainda têm a desculpa de que usaram time reserva aqui ou ali, mas mesmo que a dupla relegue o campeonato estadual a um plano secundário, para ela o início de 2015 não poderia ser pior. Os líderes Brasil e Ypiranga surpreendem, cinco clubes da Região Metropolitana (Cruzeiro, Inter, São José, Novo Hamburgo e Aimoré) e o valente Lajeadense (quinto) fecham o grupos dos oito classificados. A rodada de hoje promete emoções. E amanhã tem o clássico de Caxias.
Pitacos
Recado a D’Alessandro: olha o que aconteceu com Paolo Guerrero, suspenso por três jogos na Libertadores, após uma reação semelhante àquelas que D’Ale frequentemente apresenta em campo. *** O Passo Fundo não está bem, mas há de querer tirar uma casquinha do maltratado Grêmio. Jogo da RBS TV, às 22h.